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Para aproveitar os ventos oceânicos, uma empresa de navegação alemã planeja usar uma pipa gigante por sobre um navio cargueiro, no ano que vem, para ajudar na propulsão da embarcação e economizar combustível.

O aparelho conhecido como ``SkySail'' é uma pipa com área de 160 metros quadrados que ficará presa ao mastro do navio, e foi testada com sucesso durante anos. A empresa, Beluga Shipping, acredita que o sistema possa ajudar a reduzir o consumo de combustível de seus navios entre 15 e 20 por cento.

O primeiro navio equipado com a vela em forma de paraglider está em construção e deve fazer sua viagem inaugural em 2007.

``Eu tive a idéia quando observava um barco a vela, anos atrás'', disse Stephen Wrange, inventor que fundou a SkySails, à Reuters. ``Adoro brincar com pipas, e para mim velejar sempre pareceu um pouco lento. Imaginei que o tremendo poder das pipas poderia ser aproveitado de alguma maneira.''

A tecnologia que ele desenvolveu representa uma volta a uma era passada de viagens marítimas, na qual os navios dependiam exclusivamente do vento para sua propulsão. Mas também ajuda a enfrentar uma das preocupações essenciais da era moderna: as alterações climáticas.

Os patrocinadores da tecnologia a definem como ``ecológica'' -ao reduzir o uso de combustível, ela poderia ajudar a conter as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa, e assim reduzir o aquecimento global.

Wrage, 34, disse que a depender do tamanho do navio e da força dos ventos, os custos de combustível poderiam ser reduzidos em mais de mil dólares ao dia, para os armadores.

Depois de quatro anos de testes bem sucedidos, não se pode definir o projeto como utópico.

O inventor testou um primeiro protótipo do sistema SkySail em um barco de 3,5 metros, e depois ampliou gradualmente o tamanho das embarcações dos testes, culminando no ano passado com testes em um navio de 55 metros de comprimento, o Beaufort.

O preço do sistema, de entre 500 mil e 2,5 milhões de euros (660 mil a 3 milhões de dólares), bem como dúvidas sobre sua capacidade de propiciar a economia prometida e sua dependência dos instáveis ventos marinhos, podem limitar a demanda, inicialmente.

Wrage afirmou que os navios deverão inicialmente ter um engenheiro a bordo para operar a vela, que é tão grande quando um avião de passageiros de porte médio.

A SkySails pode usar poderosos ventos que circulam entre 100 e 300 metros de altura em relação à superfície com a ajuda de um controle de alta tecnologia, mas elas são inúteis ante ventos contrários e em navios que viajam acima dos 16 nós.

Embarcações transportam mais de 90 por cento dos produtos comercializados no mundo. Há cerca de 30 mil navios mercantes que transportam de tudo, desde petróleo a produtos eletrônicos.

``Quando os preços da energia dobram em pouco espaço de tempo, você tem que inovar. Não seremos capazes de desligar os motores. Mas estamos confiantes de que poderemos reduzir o consumo e emissões'', afirmou o presidente-executivo da Beluga, Niels Stolberg.

Ele afirmou que os preços de combustível mais que dobraram em relação aos 150 dólares por tonelada em 2004, para entre 300 e 400 dólares por tonelada este ano. O executivo teme um possível aumento para 450 dólares, apesar dos preços terem recuado nos últimos meses.

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