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O partido italiano Liga Norte, contrário à imigração, quer aprovar uma lei que puna mulheres que cubram seus rostos com véus ou burcas, o que levou à reabertura do debate sobre os direitos religiosos dos muçulmanos no país católico.

A Liga Norte, aliada do primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi, quer alterar uma lei de 1975, criada numa época de preocupação com grupos guerrilheiros locais, que impõe pesadas multas e até dois anos de prisão para pessoas que cobrirem o rosto com qualquer coisa que impeça sua identificação pela polícia.

Roberto Cota, líder da bancada da Liga Norte e autor da proposta que diz ser motivada por preocupações de segurança, disse que a emenda abarcaria "trajes usados por razões de afiliação religiosa" e retiraria a expressão "causa justificada," o que tem permitido que alguns tribunais tolerem o uso das peças por razões religiosas.

O diplomata aposentado Mario Scialoja, que participa do conselho do Centro Cultural Islâmico da Itália, alertou contra a aprovação de leis que estigmatizem os muçulmanos.

"Uma proibição seria xenófoba e discriminatória. A lei existente deve ser cumprida," disse Scialoja à Reuters, pedindo às autoridades que tratem as mulheres com respeito. "Dizemos não a uma nova lei."

A oposição de centro-esquerda e os cerca de 1,2 milhão de muçulmanos da Itália - quase 2 por cento da população de maioria católica - contestaram a proposta.

A coalizão direitista liderada por Berlusconi já entrou em atrito com a comunidade islâmica por se opor à construção de novas mesquitas.

A França, que tem a maior minoria islâmica da Europa (5 milhões de pessoas), proibiu em 2004 o uso de véus e lenços de cabeça nas escolas públicas, e recentes propostas para a proibição das burcas geraram indignação no mundo islâmico.

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