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A primeira-dama Melania Trump observa enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, concede ao Dia de Ação de Graças Nacional um perdão presidencial durante o evento tradicional no Jardim de Rosas da Casa Branca em Washington, DC, em 24 de novembro de 2020.
A primeira-dama Melania Trump observa enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, concede ao Dia de Ação de Graças Nacional um perdão presidencial durante o evento tradicional no Jardim de Rosas da Casa Branca em Washington, DC, em 24 de novembro de 2020.| Foto: MANDEL NGAN / AFP

O Dia de Ação de Graças talvez seja o feriado mais popular nos Estados Unidos. O primeiro Dia de Ação de Graças na então Nova Inglaterra foi celebrado em 1621, quase um ano depois que os Peregrinos desembarcaram em Plymouth, na Colônia da Baía de Massachusetts. Em 1789, George Washington, se tornou o primeiro de muitos presidentes dos Estados Unidos a proclamar formalmente um dia de "ação de graças e oração públicas".

Para os americanos é um dia de confraternização e encontros familiares. Mas, neste ano, devido às preocupações com a Covid-19, muitas famílias não poderão se encontrar. Seja por prevenção voluntária, seja por restrições das autoridades.

Mesmo assim milhões de americanos estão viajando para o Dia de Ação de Graças. Cerca de 1 milhão de pessoas passaram por pontos de verificação de segurança dos aeroportos no último domingo. O número, porém, é menos da metade do número de viajantes no fim de semana do feriado de 2019.

Normalmente, o Dia de Ação de Graças é o feriado em que os americanos mais viajam, com mais de 50 milhões de viagens nacionais apenas no feriado do ano passado.

Orientações federais

O Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) lançou uma série de orientações para evitar o contágio a serem adotadas nas celebrações dos feriados – entre elas, algumas bastante controversas.

Grande parte das orientações não diferem muito do que outros governos já pedem aos seus cidadãos: lavar as mãos com frequência, realizar a refeição em locais arejados, evitar aglomerações e/ou ficar muito próximo das pessoas, usar máscaras em locais fechados etc.

Outras, entretanto, levantam um clima que foge um pouco do espírito de confraternização que essa data representa. Por exemplo: “Incentive os convidados a evitarem cantar ou gritar, especialmente em ambientes fechados. Mantenha o nível da música baixo para que as pessoas não precisem gritar ou falar alto para serem ouvidas”. Também o consumo de “álcool” é considerado uma atividade de “alto risco”, pois “pode alterar o julgamento e tornar mais difícil a prática das medidas de segurança contra a Covid-19”.

Mas as medidas legais de restrição ao contágio são definidas mesmo pelos estados. E em alguns deles governadores estão sendo criticados por medidas drásticas e dividindo opiniões.

Nova York

Em Nova York, o governador democrata Andrew Coumo, ordenou que as reuniões do Dia de Ação de Graças não tivessem mais do que dez pessoas. A ordem é até mais generosa do que as recomendações do CDC que preconiza que a “maneira mais segura de comemorar o Dia de Ação de Graças é celebrar em casa com as pessoas com quem você vive”.

Apesar disso, o próprio governador aconselhou que os novaiorquinos abdicassem de suas tradições habituais no feriado e se afastassem de seus familiares neste ano: “Seu refúgio não é um lugar seguro. Seu refúgio é um lugar perigoso este ano”, afirmou ele em relação ao lar e à família.

Coumo também acrescentou que o “amor é também fazer o que é difícil, às vezes” e que neste ano “se você ama alguém, é mais inteligente e melhor se afastar – por mais difícil que isso seja de ouvir e de falar”.

O estado está em um período de crescimento dos casos da Covid-19, com aumento de 70% numa média de 14 dias, tendo somado nesta terça-feira (24) mais 4.878 casos, num total de 618.023 desde o início da pandemia.

O problema é que o governador havia dito em uma entrevista de rádio que iria passar o Dia de Ação de Graças com sua mãe de 89 anos e suas duas filhas. Cuomo teve de enfrentar diversas críticas por isso, como do jornalista Christopher Ingraham, do Washington Post, que postou em seu Twitter: “Agora, mais do que nunca, as pessoas procuram líderes em busca de sinais sobre como mitigar riscos. É de se admirar que tantos não estejam seguindo as diretrizes de saúde?”.

As reações foram tantas que o governador cancelou o compromisso.

Oregon

No Oregon, a governadora democrata Kate Brown reforçou as medidas para evitar o contágio. Ela ressaltou que a violação de sua ordem poderia resultar em uma condenação por contravenção Classe C, que inclui a possibilidade de pena de prisão. Charles Boyle, o porta-voz da governadora afirmou que: “Se as pessoas não vão levar este vírus a sério, estamos preparados para oferecer as consequências.”

A governadora e os especialistas em saúde do estado estão especialmente preocupados com as reuniões de Ação de Graças e exortaram os moradores do Oregon a aceitarem que este feriado será diferente. Nos últimos dias, o estado bateu continuamente recordes de novos casos diários. Nesta terça-feira, registrou 1.003 novos casos, num total de 67.873.

As medidas de Brown para evitar o contágio incluem a proibição de grupos maiores de 6 pessoas de se reunirem em locais privados, praticamente inviabilizando as reuniões familiares. Críticos apontam para hipocrisia das leis locais.

No início do mês, o legislativo local votou pela descriminalização da posse, em pequenas quantidades, de drogas pesadas como metanfetamina, heroína e cocaína, gerando questionamentos se o estado está realmente preocupado com a saúde das pessoas.

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