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Pensando na importância que a escolha do sucessor de George W. Bush tem para o mundo, quatro americanos criaram um site em que internautas de todos os cantos do planeta podem registrar seu voto virtual no democrata Barack Obama ou no republicano John McCain. Os autores do projeto "The world for" não têm a pretensão de que o resultado da eleição organizada por eles seja um prenúncio do que as urnas vão dizer no dia 4 de novembro, mas esperam que a opinião mundial possa ter alguma influência sobre a política americana. E o Brasil largou na frente: uma semana depois do lançamento do site, os brasileiros correspondem a mais de 30% dos "eleitores", superando os próprios americanos, que representam menos de 20%.

Um dos criadores do site, o artista gráfico Seth Carnes, de 33 anos, diz que teve a idéia ao perceber o quanto os canais de televisão estavam investindo na interatividade com os telespectadores. Decidiu então usar a internet para dar voz a outras pessoas. Depois que o projeto estava pronto, espalhou o link por email e ficou surpreso com a repercussão. Além de Brasil e EUA, a lista dos países onde mais internautas votaram inclui também Hungria, Bélgica e França. Obama aparece com larga vantagem sobre McCain, ficando com 90% dos cerca de 11 mil votos registrados até agora.

"Eu não sei por que isso está acontecendo no Brasil porque é quase como fogo, se espalha sem a gente saber bem como", explicou Seth, por telefone, ao site do GLOBO, acrescentando que a própria ferramenta do site identifica onde está o internauta. - Temos votos até na África - acrescentou ele.

Morando em Nova York, Seth não conhece pessoalmente Sharif Ezzat, Dan Sheetz e Auryn Zimmer, com quem divide os créditos do "The world for", criado integralmente por eles. Sharif, de 31 anos, mora em São Francisco, assim como Auryn, de 35. Dan, de 32, vive em Chicago. Eles dizem que não são ligados a qualquer grupo político e preferem não dizer em quem vão votar. Mas revelam um pouco ao falarem sobre o projeto, que apresenta resultados curiosos, como a vitória de McCain entre os internautas do Irã.

"O voto do mundo pode ter uma influência sobre os americanos, mas menos sobre os republicanos. Eles ficaram reativos porque durante 8 anos eles defenderam políticas que criaram muitas tensões. E o mundo não aprovou essas políticas", disse Seth. "Eu acho que o mundo todo sabe que estamos num momento de virada. Então acho que é um momento interessante para ouvir a opinião do mundo. Um dos países mais poderosos tem uma eleição com dois candidatos muito diferentes. E é quase uma campanha internacional."

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