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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, lamentou nesta quinta(11) a possibilidade de o Irã enriquecer urânio a 80%, o que levanta mais suspeitas sobre o programa nuclear iraniano e a fabricação de bombas.

Para ele, se a informação se confirmar, o fato agrava as tensões entre o Irã e os aliados dos Estados Unidos que defendem sanções contra os iranianos. Segundo o chanceler, a iniciativa iraniana de enriquecer a 20% é legítima, pois o Brasil, no passado, já o fez.

Eu lamentaria se fosse a verdade porque, aí, seria um nível muito elevado. O Brasil já produziu urânio a 20%. É algo que se permite. Não estou dizendo que concordo ou acho boa, afirmou Amorim, lembrando que o governo do Irã, ao aprovar a medida de enriquecimento do urânio, havia procurado a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).

Quem primeiro procurou a Aiea foi o próprio Irã. Depois das negociações não terem caminhado, houve a decisão do parlamento iraniano aprovado a iniciativa [de enriquecimento a 20%]. Quando eu estive no Irã, há três meses, eu disse que seria útil que eles não iniciassem logo e ouvi que o tempo já havia passado, relatou.

Para Amorim, o fundamental seria o caminho do diálogo. Segundo ele, posições rígidas tanto por parte do Irã como do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) não contribuem para o processo de negociação. É preciso que haja flexibilidade dos dois lados. É possível chegar a um acordo que atenda às preocupações iranianas e também às ocidentais, disse.

Acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, Amorim reiterou que o Brasil se preocupa com o agravamento das tensões entre o Irã e o resto do mundo. Nós temos as mesmas preocupações das nações ocidentais. Achamos que o caminho é o do diálogo. Enrijecer as posições dificultam, observou o brasileiro.

O ministro defende um acordo político para resolver a questão, mas reconhece que o caminho para isso não será fácil. Tem que haver um acordo político em algum momento, mas há pressões crescentes no conselho de segurança e o Irã deve tomar conhecimento disso.

Os governos dos Estados Unidos e da França lideram um movimento para que a comunidade internacional pressione o Irã a recuar da decisão de enriquecer urânio. As alternativas de sanção vão desde imposição de subsídios a combustíveis até punições a uma empresa de construção iraniana.

A iniciativa iraniana de enriquecimento do mineral deve ser tema de uma rodada de discussões do Conselho de Segurança da ONU. O conselho é formado por 15 países, dos quais os cinco permanentes são: Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China. Do grupo, quatro são favoráveis s sanções. O conselho impôs três rodadas de sanções contra o Irã.

Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ir ao Irã. A visita é uma retribuição vinda do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, em novembro do ano passado. De acordo com o governo brasileiro, é fundamental a manutenção do diálogo como forma de cooperar para as negociações entre os iranianos e a ONU.

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