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O extremista de direita norueguês, Anders Behring Breivik, autor dos atentados que em 22 de julho passado causaram a morte de 77 pessoas, não tem qualquer arrependimento de seus atos, afirmou seu advogado nesta segunda-feira.

"Ele diz que não lamenta suas ações. É uma mensagem difícil de transmitir, mas isso está muito claro", declarou o advogado Geir Lippestad ao canal de televisão TV2 Nyhetskanalen.

"Ele acha que esses atos foram atrozes, mas necessários", acrescentou, repetindo uma frase dita por Breivik em reiteradas ocasiões.

Breivik, de 32 anos, que cumpre prisão provisória, será julgado a partir do próximo dia 16 de abril.

Nesta segunda-feira, pela primeira vez, o extremista teve acesso aos meios de comunicação.

Em 29 de novembro, a promotoria norueguesa anunciou que Breivik poderá ser condenado a uma internação psiquiátrica perpétua, mas não à prisão.

Segundo um relatório psiquiátrico, o extremista de direita desenvolveu com o tempo uma "esquizofrenia paranóica", um diagnóstico que, se confirmado, o levará para uma internação em um estabelecimento psiquiátrico.

Os especialistas o descreveram como uma pessoa que se encontra em um universo ilusório, onde todos os seus pensamentos e gestos são guiados pelas ilusões.

Hostil ao Islã e ao multiculturalismo na Europa, Behring Breivik explodiu uma bomba perto de uma sede do governo norueguês.

Depois, vestido de policial, atirou por aproximadamente uma hora e meia contra jovens socialistas que participavam de um evento na Ilha de Utoeya.

Os dois psiquiatras que deram seus pareceres sobre a responsabilidade penal de Behring Breivik, Synne Serheim e Torgeir Husby, concluíram que o autor do massacre era psicótico e, portanto, penalmente irresponsável. O relatório será agora analisado por uma Comissão médico-legal para assegurar que o documento atende todas as exigências profissionais.

Os dois psiquiatras redigiram o documento após 13 encontros com Behring Breivik na penitenciária de segurança máxima de Ila, perto de Oslo, onde ele está detido em caráter provisório.

Apesar de ter assumido a autoria dos ataques, Behring Breivik recusa a se declarar culpado. Afirma que foi um ato de guerra e que seu gesto, mesmo atroz, foi necessário.

A última palavra sobre a responsabilidade penal de Breivik virá do tribunal, que geralmente segue as recomendações dos especialistas.

O início do julgamento de Behring Breivik está previsto para 16 de abril de 2012 e deve durar 10 semanas.

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