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O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, anunciará na sexta-feira (16) ao Conselho de Segurança as respostas que obteve das propostas apresentadas ao Governo do presidente Bashar al Assad.

Annan participará na sexta-feira às 11 horas (horário de Brasília) de uma videoconferência com os 15 membros do conselho.

A participação de Annan foi estipulada por unanimidade no Conselho de Segurança, onde todos os membros apoiam o trabalho mediador do ex-secretário-geral da ONU para deter o conflito na Síria e querem saber a reação do regime de Assad as ideias apresentadas durante sua visita.

Apesar de Annan não ter mandato no principal órgão de decisão da ONU, fontes diplomáticas indicaram que o Conselho quer receber "uma orientação" do mediador para decidir os passos que devem ser dados em relação à crise na Síria.

As negociações feitas na semana passada entre os cinco membros permanentes do Conselho - Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido - e o Marrocos, como representante dos países árabes, para conseguir uma resolução da assinatura americana estão atualmente paralisadas, de acordo com as mesmas fontes.

Esses países querem conhecer as impressões de Annan e as reações de Assad às propostas apresentadas pelo mediador, para saber em que direção deve se encaminhar um eventual texto no Conselho de Segurança, que ainda não conseguiu aprovar uma resolução.

"Após o comparecimento de Annan, esperamos retomar com rapidez as negociações", disseram as citadas fontes. Um dos pontos que divide a opinião dos membros do Conselho é "a equivalência" que Moscou quer impor entre as responsabilidades que as forças de Assad têm sobre a crise com os movimentos opositores.

Todos os membros, inclusive Rússia e China, que já vetaram duas resoluções contra a Síria no Conselho, concordam que uma eventual resolução ressalta a necessidade de alcançar o fim da violência e o acesso da ajuda humanitária, mas divergem no básico: a maneira de pedir o cessar-fogo.

Os ocidentais esperam que o regime detenha primeiro a violência para depois cobrarem a mesma atitude da oposição, enquanto Moscou não quer fazer distinções sobre a origem da violência, como indicou na segunda-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, durante sua participação na cúpula realizada no Conselho sobre a "primavera árabe" e que acabou centrada na Síria.

Antes de avançar em suas consultas, o Conselho de Segurança deverá ouvir Annan, que nesta quarta anunciou que recebeu a primeira resposta do Governo da Síria sobre as propostas apresentadas.

Em declaração por escrito distribuída em Genebra, o porta-voz de Annan, Ahmad Fawzi, confirmou que o ex-secretário-geral da ONU "recebeu uma resposta das autoridades sírias", "fez perguntas e espera respostas", sem entrar detalhes sobre o fato.

Fawzi afirmou que dada a "grave e trágica situação da Síria, todos devem entender que o tempo urge".

Annan se reuniu no fim de semana em duas ocasiões com o presidente Assad, e outros altos funcionários de seu Governo, aos quais fez propostas concretas para o fim da crise, centradas em uma suspensão imediata da violência, na entrada da ajuda humanitária para a população e na abertura de diálogo entre as partes.

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