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Donald Trump aceita indicação do Partido Republicano como candidato presidencial em 2020| Foto: Brendan Smialowski/AFP

Com um discurso de mais de uma hora no gramado da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou a convenção republicana na noite desta quinta-feira (27) com ataques renovados a Joe Biden. O republicano apresentou o adversário como uma ameaça à nação e disse que a possível eleição do democrata significará insegurança, aumento de desemprego e o fim do sonho americano.

"Biden não é o salvador da alma americana, ele é o destruidor dos empregos americanos, com o risco de ser o destruidor da grandeza americana", disse Trump.

O argumento central do republicano, ao falar da crise atual, é o de que ele pode colocar os EUA nos trilhos da prosperidade econômica que o país vivia antes da pandemia de Covid-19 e que a eleição do democrata significaria desemprego. "Nós vamos novamente construir a maior economia de nossa história", disse Trump.

O presidente americano, que tem sido confrontado com o fato de os EUA terem o maior número de infectados e mortos por Covid-19 no mundo, prometeu uma vacina contra coronavírus até o final do ano "ou antes" - uma promessa que tem sido feita reiteradamente pelo presidente.

A pandemia, que já matou 180 mil americanos, e a recessão, que elevou a taxa de desemprego de 3% para 10%, fizeram Biden despontar como favorito nas pesquisas de intenção de voto, com oito pontos porcentuais de vantagem, uma das maiores da história recente contra um presidente em primeiro mandato.

Ao falar sobre a estratégia para vencer a pandemia, Trump acusou Biden de planejar uma "paralisação dolorosa no país inteiro" o que, segundo ele, irá custar perda devastadora de empregos. "O plano do Joe Biden não é uma solução para o vírus, é uma rendição para o vírus", disse Trump.

Durante uma hora e dez minutos, Trump falou ao menos 39 vezes o nome de Joe Biden, vinculando o nome do democrata a uma agenda de esquerda radical. "Em nenhum momento os eleitores enfrentaram uma escolha tão clara entre dois partidos, duas visões, duas filosofias ou duas agendas. Essa eleição vai decidir se salvamos o sonho americano ou se deixamos uma agenda socialista demolir nosso querido destino", disse Trump.

A fórmula da campanha de Trump, apresentada nas quatro noites de convenção, é a mesma adotada em 2016: a do ataque e acusação de que a oposição representa uma agenda de esquerda radical. Há quatro anos, a retórica surtiu efeito contra Hillary Clinton. A principal diferença é que Trump, em 2020, é o presidente incumbente, que terá seu mandato avaliado no curso de uma pandemia e de uma crise econômica.

"Os EUA não são uma terra envolta em trevas. Os EUA são uma tocha que ilumina o mundo inteiro", disse Trump, ao rebater Biden. Na semana passada, ao aceitar a nomeação, o candidato democrata prometeu ser um "aliado da luz" para tirar o país de uma "época de escuridão". Biden não mencionou o nome de Trump nenhuma vez durante o discurso de aceitação da candidatura.

O discurso do presidente foi feito no gramado da Casa Branca, em um evento para cerca de 1,5 mil pessoas. A mistura entre governo e campanha política foi recorrente na convenção republicana, com uso da residência oficial do presidente em três dos quatro dias do evento de campanha.

Manifestantes protestaram contra Trump nos arredores da Casa Branca. Centenas deles, com mensagens contra o racismo, exigiam a renúncia do presidente. Na saída da convenção, o senador republicano Rand Paul teve que ser escoltado pela polícia local depois que vários manifestantes cercaram ele e a mulher, gritando palavras de ordem e zombando o senador.

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