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Caracas, Venezuela
Venezuela continua sem luz | Foto: Michael Robinson Chavez./Washington Post| Foto:

A Venezuela está sem energia elétrica há mais de 17 horas. O pior apagão da história recente do país iniciou por volta das 17h (18h em Brasília) de quinta-feira (7), atingindo cerca de 90% do território nacional e prejudicando o acesso à internet, comunicações telefônicas, transporte e o funcionamento de hospitais.

As atividades laborais e escolares foram suspensas em todo o país nesta sexta-feira por ordem do ditador Nicolás Maduro. Segundo a vice-presidente do regime, Delcy Rodríguez, a medida tem o objetivo de acelerar a restituição do fornecimento de energia elétrica. Serviços de telefonia e internet continuam intermitentes e, em Caracas, trem, metrô e aeroporto não estão operando. Também há relatos de falta de água em algumas localidades.

O site Efecto Cocuyo informou que o Hospital de La Victoria, no estado de Aragua, estava no escuro e sem gerador para atender pacientes, enquanto no estado de Lara, 1.250 pacientes renais foram afetados pelo apagão, já que não há luz nas sete salas de diálise do estado, no centro-oeste da Venezuela. O diretor da ONG Coalizão de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida), Francisco Valencia, informou que, em todo o país, mais de 10 mil pessoas com insuficiência renal não estão recebendo tratamento devido ao apagão.

Sem apresentar provas, a companhia estatal de eletricidade da Venezuela, Corpoelec, afirmou que a falha no sistema elétrico foi causada por sabotagem no sistema da hidrelétrica de Guri, a espinha dorsal do sistema energético da Venezuela que abastece o estado brasileiro de Roraima, onde também foram registradas quedas de energia. "Sabotaram a geração [na hidrelétrica de] Guri. Isso é parte da guerra elétrica contra o Estado. Não permitiremos! Estamos trabalhando para recuperar o serviço", disse a Corporación Eléctrica Nacional pelo Twitter por volta das 19h, horário de Brasília (18h no horário local).

Leia também: Venezuela enfrenta apagão em quase todo o país

Maduro endossou a postura e aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, colocar a culpa pelos problemas da Venezuela na conta dos Estados Unidos. "A guerra elétrica anunciada e dirigida pelo imperialismo dos EUA contra nosso povo será derrotada. Nada e ninguém será capaz de derrotar o povo de Bolívar e Chávez. Máxima unidade dos patriotas!", tuitou o ditador.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, revidou. Disse, pelo Twitter, que as políticas de Maduro levaram a Venezuela a nada mais do que a escuridão. "A queda de energia e a devastação que feriu os venezuelanos comuns não se devem aos EUA. Não ocorrem por causa da Colômbia. Nem por causa do Equador ou do Brasil, da Europa ou de qualquer outro lugar. Escassez de energia e fome são o resultado da incompetência do regime de Maduro", afirmou, acrescentando em seguida um comentário ainda mais provocador: "Sem comida. Sem remédio. Agora, sem energia. Na próxima, sem Maduro".

O economista e professor da Unidade Central da Venezuela Leonardo Vera disse que 9 das 20 turbinas da hidrelétrica de Guri não estão funcionando por problemas de manutenção e que a equipe que faria este trabalho está fora de serviço desde 2012.

Apagões não são novidade na Venezuela. Em 2009, em uma tentativa de amenizar uma crise do sistema elétrico que levou o país ao racionamento, o então presidente Hugo Chávez liberou US$ 192 milhões para projetos no setor.

  • Pessoas lotam os ônibus do transporte público durante um corte de energia em Caracas | Foto: Matias DELACROIX/AFP
  • Passageiros impossibilitados de usar o metrô devido a um apagão caminham pelas ruas de Caracas | Foto: Matias DELACROIX/AFP
  • Pessoas viajam em uma camionete durante um apagão em Caracas | Foto: Matias DELACROIX/AFP
  • Pessoas esperam em uma parada de ônibus durante um apagão, em Barquisimeto, Venezuela, em 8 de março de 2019 | Foto: RONALDO SCHEMIDT/AFP
  • Posto de gasolina vazio durante um apagão, em Barquisimeto, Venezuela | Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
  • Pessoas permanecem do lado de fora de um supermercado fechado durante apagão, em Barquisimeto, Venezuela | Foto: RONALDO SCHEMIDT/AFP
  • Jornalistas usam seus smartphones durante um corte de energia em Caracas em 7 de março de 2019 | Foto: Matias DELACROIX / AFP
  • Vista da vizinhança de Chacao durante um apagão em Caracas, em 7 de março | Foto: Matias DELACROIX/AFP
  • Mulheres aparecem na sacada de um prédio durante um corte de energia, em Caracas, em 7 de março | Foto: YURI CORTEZ/AFP
  • Noite em Caracas durante um corte de energia, em 7 de março | Foto: YURI CORTEZ/AFP
  • Jornalistas trabalham no escuro em Caracas, em 7 de março | Foto: Matias DELACROIX/AFP
  • Policiais de trânsito direcionam o tráfego em uma intersecção durante um apagão em Caracas | Foto: Matias DELACROIX/AFP
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