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Tanques abandonados da petrolífera venezuelana PDVSA, em El Tigre, no Norte da Venezuela| Foto: New York Times
Tanques abandonados da petrolífera venezuelana PDVSA, em El Tigre, no Norte da Venezuela| Foto: New York Times| Foto:

Falhas de energia que mergulharam a Venezuela na escuridão durante grande parte do mês de março também reduziram brevemente a produção de petróleo do país pela metade, de acordo com fontes familiarizadas com a situação.

Os apagões em grande parte do país, que começaram em 7 de março, paralisaram a maioria dos poços e plataformas de petróleo do país, que lentamente voltaram a operar. A produção de petróleo teve uma média de menos de 600 mil barris por dia durante os apagões, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque a informação não é pública. Para o mês inteiro, a produção diária foi de 890.000 barris, de acordo com uma pesquisa da Bloomberg com funcionários, analistas e dados de rastreamento de navios. Em janeiro, a produção foi de 1,1 milhão de barris diários

A perda de produção devido aos apagões representa outro golpe para a indústria petrolífera já prejudicada da Venezuela, que sofre com anos de má administração e mais recentemente com as sanções americanas que acabaram com as exportações para seu maior cliente, os Estados Unidos. A produção bruta do país, uma das poucas fontes de dinheiro para o regime de Nicolás Maduro, caiu em dois terços.

Perto da bacia do Orinoco, no leste, onde quatro de cada cinco barris são bombeados, óleo pesado de alcatrão começou a entupir oleodutos e tanques depois que o sistema de aquecimento se desligou por causa do apagão, segundo Wills Rangel, ex-diretor do conselho da PDVSA e presidente da Federação dos Trabalhadores Unidos de Petróleo, Gás e Derivados Relacionados da Venezuela. Limpar ou remover os canos pode levar meses, segundo ele.

"Os danos causados ​​pelos apagões nos campos de petróleo do Cinturão do Orinoco são substanciais", disse Rangel em uma entrevista.

Por causa do golpe na produção do Cinturão do Orinoco, uma enorme queda será refletida nos números de março que a Venezuela informará à Opep, disse Rangel. Durante os apagões, a produção caiu para um nível semelhante ao reportado em janeiro de 2003, para a Opep, após da greve da PDVSA contra o então presidente Hugo Chávez.

A área do Cinturão do Orinoco não se recuperou totalmente do impacto da crise energética e atualmente produz cerca de 300 mil barris por dia.

Enquanto o bombeamento de petróleo nos campos do Cinturão do Orinoco requer alguma eletricidade, a maior demanda de energia vem das refinarias – instalações que convertem o petróleo extra-pesado em mais misturas comerciais – localizadas a cerca de 300 quilômetros ao norte, perto da costa. As quatro refinarias do país ainda estão trabalhando para reiniciar.

"Se a PDVSA restabelecer a energia plena para todos os seus quatro revendedores, Chevron, Total, Equinor e Rosneft, isto pode ter um impacto na rede nacional", explicou Rangel.

As refinarias só terão energia total quando o sistema elétrico nacional permitir, disse Rangel. O fluxo de eletricidade da rede nacional precisa ser estabilizado antes que o regime possa levar energia de volta para outros serviços de alta demanda, como os sistemas de metrô e de bombeamento de água de Caracas. Nos campos de mineração, espera-se que os poços e bombas de petróleo estejam conectados de acordo com um plano de racionamento de energia ordenado pelo regime que está em vigor.

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