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A ditadura norte-coreana comunicou, nesta quinta-feira (23), que reforçou suas tropas e armamento na fronteira com a Coreia do Sul, dias depois de colocar um satélite espião com finalidade militar em órbita.
O lançamento foi supervisionado pelo ditador Kim Jong-un, que afirmou que o satélite “melhorará a capacidade bélica” dos norte-coreanos diante das “ameaças” de seus rivais.
De acordo com Seul, a iniciativa do programa espacial norte-coreano contou com o apoio do governo de Moscou, liderado por Vladimir Putin. Os dois líderes se reuniram em setembro no extremo leste da Rússia.
"Depois do encontro com Putin, o Norte apresentou a Moscou os planos e os dados relevantes do primeiro e segundo lançamentos de satélite. A Rússia analisou os dados e forneceu informações ao Norte", afirmou a inteligência de Seul.
A imprensa estatal ligada a Jong-un disse que o satélite Malligyong-1 já permitiu que o ditador observasse imagens de bases militares americanas em Guam, no Pacífico.
Após o lançamento, Seul suspendeu parte do acordo militar de 2018, que visava reduzir as tensões militares entre os países e afirmou que enviou "equipes de vigilância e reconhecimento" para a fronteira.
A decisão unilateral fez com que o Ministério da Defesa do Norte desse um "ponto final" em todo o acordo e reforçasse suas posições militares fronteiriças. "Vamos posicionar tropas fortemente armadas e equipamentos militares avançados na região", informou o Ministério, segundo a agência estatal.
O lançamento foi condenado pelos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que o consideraram uma “violação flagrante” às sanções da ONU, além de uma “grave ameaça" à segurança regional e global.
O G7, grupo formado pelos sete países mais industrializados do mundo, e a União Europeia (UE) também emitiram declaração conjunta nesta quarta-feira (22) condenando o lançamento do satélite espião, que consideraram “uma grave ameaça à paz e à estabilidade” do mundo.