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Nas últimas horas de uma negociação que consumiu boa parte da última semana, parlamentares do Iraque aprovaram no domingo (8) à noite uma nova lei eleitoral. O impasse ameaçava colocar em risco a realização das eleições para o Parlamento.

Os deputados iraquianos chegaram a um acordo sobre como será realizada a votação em Kirkuk, uma área rica em petróleo do norte do Iraque reivindicada por árabes sunitas, turcomanos étnicos e curdos. "Não conseguimos tudo o que queríamos, mas pelo menos agora está feito", comentou Fryad Rawandoozi, porta-voz do bloco curdo no Parlamento.

Nesta segunda-feira (9), a Comissão Eleitoral iraquiana sugeriu que a votação ocorra em 21 de janeiro, cinco dias depois do originalmente previsto, informaram agências de notícias internacionais. A Constituição do país exige a realização do pleito até o fim de janeiro de 2010. No entanto, a Comissão Eleitoral chegou a advertir ontem que a demora na aprovação impediria a realização do pleito em janeiro.

Pelo acordo alcançado com relação a Kirkuk, os eleitores aptos a votar serão determinados a partir dos registros eleitorais de 2009, uma condição apoiada pelos curdos. Ao mesmo tempo, uma comissão técnica será estabelecida para apurar os votos. Caso ocorram irregularidades, uma nova eleição será realizada dentro de um ano, condição esta apoiada pelos árabes sunitas e pelos turcomanos. "Estamos felizes que a votação agora poderá ocorrer" declarou Rasheed al-Azzawi, um deputado sunita.

A disputa em torno da votação em Kirkuk impediu durante semanas o fechamento de um acordo que viabilizasse a realização de eleições gerais. Muitos curdos expulsos de Kirkuk durante o regime do falecido ditador iraquiano Saddam Hussein retornaram depois da invasão do Iraque por forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos, em 2003.

O retorno levou a protestos dos árabes e dos turcomanos, para os quais grande parte dos curdos não era originalmente de Kirkuk e teria sido levada à região por políticos curdos para aumentar sua representatividade entre a população local

Horas depois da aprovação, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou o acordo e qualificou o pleito como "uma oportunidade crucial para levar adiante a reconciliação e contribuir para o progresso político do Iraque".

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