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Marcha foi o primeiro ato com participação popular depois de dois anos de pandemia.
Marcha foi o primeiro ato com participação popular depois de dois anos de pandemia.| Foto: EFE / Yander Zamora

O desfile pelo Dia Internacional do Trabalho voltou a ser realizado em Cuba neste domingo (1º), após dois anos suspenso devido à pandemia de Covid-19, com dezenas de milhares de pessoas entoando slogans e carregando cartazes a favor do governo. Este foi o primeiro evento político de massas após os protestos contra o governo de 11 de julho de 2021.

Os participantes começaram a desfilar às 7h (hora local; 8h em Brasília) por cerca de três horas, com música cubana e cânticos alusivos à data, passando em frente à tribuna das autoridades, encabeçada pelo ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, e pelo seu antecessor, Raúl Castro.

Raúl, que já tem uma atividade pública limitada, assistiu ao desfile da tribuna, acenou repetidamente à multidão e conversou com as autoridades à sua volta.

Os primeiros a atravessar a Praça da Revolução, palco de eventos históricos de massas nas últimas seis décadas, foram 50 mil médicos e cientistas responsáveis pelo desenvolvimento de vacinas locais contra a Covid-19, aos quais o desfile foi dedicado.

Eles foram seguidos por grupos de funcionários de todos os ministérios, instituições e empresas estatais, do Banco Central e do Tribunal Supremo, cada um com uma faixa com o nome do seu local de trabalho.

Além disso, muitas pessoas levaram bandeiras cubanas e faixas com slogans ("Vamos com tudo!", "Pátria ou morte"), imagens de líderes cubanos - de Fidel Castro a José Martí, passando por Díaz-Canel, Che Guevara e Camilo Cienfuegos - e críticas ao embargo dos EUA.
A marcha foi organizada pela estatal Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC) e, como habitualmente, foi replicada nas principais cidades do país.

Antes do início do desfile, o secretário geral da CTC, Ulises Guilarte de Nacimiento, disse que o contexto internacional é "complexo e desafiador" e denunciou o aumento da "hostilidade e do bloqueio econômico dos Estados Unidos contra a ilha como "o principal obstáculo" ao seu desenvolvimento.

O líder sindical acrescentou que "tudo isto influencia a escassez (de produtos básicos) e a inflação" em Cuba, que atravessa uma grave crise econômica.

Este cenário, com problemas de abastecimento e inflação elevada, é o resultado de uma combinação das consequências da pandemia, do endurecimento das sanções dos EUA e de falhas na gestão macroeconômica nacional.

O desfile deste ano, com uma participação semelhante às dos anos anteriores, foi o primeiro evento político de massas após os protestos contra o governo de 11 de julho de 2021 e uma oportunidade para o governo demonstrar o seu poder de convocação.

Os opositores e críticos do governo pediram para que as pessoas ficassem em casa e não desfilassem porque, dadas as dificuldades econômicas, consideram não haver motivo para celebrar em Cuba.

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