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A oposição não parlamentar russa adiantou neste domingo (04) que prepara um grande protesto para esta segunda-feira (05) para denunciar a falta de legitimidade das eleições presidenciais deste domingo, que foram vencidas pelo primeiro-ministro, Vladimir Putin.

"Concentraremos mais de 100 mil pessoas. Temos um novo argumento, a duvidosa vitória de Putin nas eleições presidenciais", disse neste domingo à agência Efe Sergei Mitrokhin, líder do partido liberal Yabloko.

Para evitar que a oposição caísse na tentação de organizar algum protesto não autorizado no centro da capital russa, as principais praças de Moscou foram tomadas pelas forças antidistúrbios e pela juventude do Kremlin.

Mitrokhin denunciou que durante a jornada de votação "inúmeras falsificações foram detectadas, em sua maioria em forma de "carrossel", uma fraude que consiste em transferir as pessoas para distantes e diferentes colégios eleitorais para que possam votar novamente no partido governante.

"Isto é muito grave", disse o político, que considera que o fato do candidato do Yabloko, Grigori Yavlinski, não ser registrado como um candidato já poderia colocar em dúvida a legitimidade do pleito.

Segundo as agências russas, o líder da Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov, também assegurou que a oposição não parlamentar não reconhecerá os resultados das eleições presidenciais.

"Agora dizem que é 63% e amanhã de manhã será 70%. Não posso reconhecer isso. Amanhã, o movimento civil 'Por umas eleições limpas' sairá ás ruas. Veremos quantas pessoas pensam como eu nesta segunda-feira", apontou.

Udaltsov, que apoiava ao candidato comunista, Gennady Zyugánov, assegurou que as eleições tinham sido "sujas".

"Utilizaram muitas tecnologias sujas. Agora, voltaram mais astutos. Mas, tenho a sensação que as coisas não tenham mudado drasticamente desde dezembro", apontou.

O opositor se referia às eleições parlamentares, que também foram marcadas pelas denúncias de fraudes governistas e deram origem a maior onda de protestos antigovernamentais desde a queda da União Soviética.

Apesar de Putin contar com seus partidários, Udaltsov lembrou que há muitos indignados, pessoas que não estão contentes com a atual política do Governo.

A oposição não parlamentar recebeu autorização para se concentrar nesta segunda-feira, a partir das 19h (hora local), na histórica Praça Pushkinskaya da capital.

A Prefeitura moscovita preferiu escolheu esse local para evitar que a manifestação da oposição se concentrasse nas praças Lubianka, perto da Comissão Eleitoral, e Manezh, próxima do Kremlin, prometendo fechar o trânsito em algumas das ruas divisórias.

O ex-primeiro-ministro, Mikhail Kasianov, assegurou que a oposição não parlamentar deverá repetir os protestos realizados após as eleições parlamentares de dezembro.

O ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov assegurou à Agência Efe que a segunda-feira é um dia muito importante em na história da Rússia. "Veremos a força do protesto e quantos estão dispostos a lutar contra o regime de Putin e gritar que não o reconhecem como seu legítimo presidente".

"Se 100 mil pessoas foram às ruas para protestar em com 20 graus abaixo de zero, a manifestação desse dia 5 de março deverá contar mais pessoas, já que muitos estão conscientes de que se Putin seguir no Kremlin nada mudará", disse.

Os opositores já tinham advertido que se as eleições presidenciais fossem marcadas por fraudes, assim como as parlamentares de dezembro, lançariam uma campanha de desobediência civil com protestos indefinidos e em escala nacional.

O prefeito de Moscou, Sergey Sobianin, advertiu que não permitirá a repetição de uma Revolução Laranja na Ucrânia, onde os opositores acamparam na Praça Maidan até que se repetissem as presidenciais.

"O seguro é que não haverá um Maidan. Não iremos permitir que se montem tendas de campanha na cidade", disse.

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