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Pessoas passam em frente ao congresso da Argentina durante lockdown imposto pelo governo para conter transmissões de coronavírus, em Buenos Aires, 9 de junho de 2020
Pessoas passam em frente ao congresso da Argentina durante lockdown imposto pelo governo para conter transmissões de coronavírus, em Buenos Aires, 9 de junho de 2020| Foto: JUAN MABROMATA / AFP

A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (10) que irá suspender de maneira definitiva as restrições de suas fronteiras com a França, Áustria, Suíça e Dinamarca a partir do próximo dia 15, segunda-feira da semana que vem. O ministro de Assuntos Internos Horst Seehofer, anunciou ainda que italianos também poderão viajar à Alemanha. Para estrangeiros que vierem da Espanha, o controle do tráfego aéreo será retirado no dia 21 de junho. O Instituto Robert Koch, agência de saúde estatal alemã, confirmou hoje mais 318 infecções e 18 mortes pela Covid-19, elevando o total no país para 184.861 casos e 8.729 óbitos ao longo da pandemia.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, participou da coletiva de imprensa diária do governo britânico sobre a pandemia do novo coronavírus na nação insular e anunciou duas novas regras para relaxar a quarentena na Inglaterra, país que é sede administrativa do governo. A partir da próxima segunda, ingleses adultos que moram sozinhos poderão compartilhar residências com mais um adulto que vive em lar solitário sem a necessidade de respeitar regras de distanciamento social. Além disso, atrações ao ar livre, como zoológicos, poderão voltar a funcionar na Inglaterra sob restrições. O Reino Unido confirmou hoje mais 1.387 casos e 286 óbitos por Covid-19. Ao todo, os quatro países que compõem a nação registraram 289.140 infectados e 40.883 mortos desde o início da pandemia, segundo a contagem feita pelo governo de Boris Johnson.

No mesmo dia em que flexibilizou a quarentena na capital Buenos Aires, a Argentina registrou ontem (9), pela primeira vez, mais de 1.000 novos infectados pela Covid-19 em apenas 24 horas. O Ministério da Saúde do país confirmou mais 1.141 casos e 24 mortes provocadas pelo novo coronavírus. Ao todo, 24.761 argentinos contraíram o vírus e ao menos 717 morreram por conta da pandemia. Apesar da alta no índice, a taxa diária da Argentina ainda ficou bem atrás das observadas em países vizinhos como Chile e Brasil, que registraram 3.913 e 32.091 novos casos, respectivamente, em suas últimas atualizações.

Outro país que registrou seu maior número de contaminações confirmadas em um dia foi a Arábia Saudita. Com os 3.717 casos adicionados, a contagem total do país árabe foi a 112.288. Com isso, a Arábia Saudita se torna a nação do Golfo Pérsico mais afetada pela pandemia, apesar de ter adotado um dos regimes de quarentena mais restritos em toda a região. O país também registrou 36 novos óbitos causados pela Covid-19, para um total confirmado de 819. Hoje foi o quarto dia seguido que os sauditas contabilizaram mais de 3 mil infecções diárias.

O vírus avança também na Indonésia, terceiro país em um dia a confirmar sua maior taxa de infectados diários, com 1.241 novos casos, além de 36 óbitos a mais. Ao todo, o país asiático registrou 34.316 contaminações e 1.959 mortes por Covid-19. Já Singapura, que também está entre as regiões da Ásia mais afetadas durante a pandemia com quase 39 mil casos, decidiu aprovar o uso do medicamento antiviral remdesivir para o tratamento dos doentes por Covid-19. A decisão segue o que fizeram Coreia do Sul, Índia e Japão. A droga, como no caso das outras nações que aprovaram a sua utilização, será fabricada e comercializada pela empresa norte-americana Gilead Sciences.

Alta progressiva nas Américas do Sul e Central

A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a alertar nesta quarta-feira para a disseminação da Covid-19 na região das Américas. "Temos visto um aumento consistente e progressivo dos casos na nas Américas Central e do Sul", afirmou o diretor executivo da entidade, Michael Ryan, durante entrevista coletiva da entidade.

Ryan qualificou o fato como uma "profunda preocupação" e pediu que exista um foco para conter e suprimir a doença nessas zonas.

A entidade também negou que haja relação comprovada entre baixas temperaturas e um aumento na disseminação do novo coronavírus. Segundo a OMS, não há qualquer evidência científica sobre o impacto da Covid-19 em diferentes estações. Embora o vírus da influenza apresente um salto de infecções no inverno, ainda não é possível estabelecer semelhanças entre as duas enfermidades.

"Sabemos que o vírus da influenza tem um ciclo, mas não sabemos como o novo coronavírus vai se comportar diante da mesma situação. E mesmo no influenza não há um padrão, pois temos diferenças entre as zonas temperadas e as regiões mais próximas à linha do Equador, no inverno do hemisfério sul. Não temos nenhum dado que sugira que haverá uma transmissão maior ou um comportamento mais agressivo do coronavírus nesse período", esclareceu o diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan.

Para Ryan, aumentos ou quedas de doenças virais de acordo com as estações estão ligadas ao comportamento humano, e não apenas ao clima. No verão, exemplifica, as pessoas tendem a sair mais de casa e frequentar ambientes abertos, mas também podem ficar mais reclusas, em lugares fechados, principalmente por conta do ar condicionado. Preocupado com a situação da América do Sul, o diretor alertou que a temperatura não trará solução para os problemas.

"Há riscos trazidos pelos dois tipos de clima, mas não estão especificamente associados ao vírus, e sim ao comportamento humano trazido pelas diferentes temperaturas. Independentemente da estação, temos um aumento progressivo de casos na América Latina, principalmente na América do Sul. Precisamos nos concentrar em conter a transmissão, não podemos esperar que a temperatura dê uma resposta ao problema. O que funciona são medidas de distanciamento social", afirmou.

Transmissão por assintomáticos

Ainda nesta quarta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que a entidade tem afirmado desde o início de fevereiro que pacientes assintomáticos podem transmitir o novo coronavírus. No início da entrevista coletiva da entidade, ele tratou do assunto, após declaração de segunda-feira da epidemiologista Maria Van Kerkhove, líder da resposta da OMS à pandemia de coronavírus, ter gerado debate e dúvidas sobre o tema.

"O que precisamos fazer mais pesquisas para estabelecer é a extensão da transmissão por assintomáticos", afirmou Ghebreyesus nesta quarta. "Essa pesquisa está em andamento", informou. "Sabemos muito, mas ainda há muito que não sabemos sobre o coronavírus", lembrou.

O diretor-geral da OMS citou estratégias já estabelecidas para enfrentar a pandemia: "encontrar, isolar e testar pessoas com sintomas, e rastrear e fazer quarentena de seus contatos são o modo mais crucial para parar a transmissão da Covid-19", afirmou.

Ghebreyesus disse ainda que, como é um vírus novo, todos estão aprendendo o tempo todo sobre ele. Além disso, garantiu que, sempre que houver avanços, a OMS atualizará suas diretrizes para os países.

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