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Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina e candidata à vice-presidência, será julgada no caso dos “cadernos de corrupção”
Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina e atual vice-presidente| Foto: Juan MABROMATA / AFP

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que o governo não pagará "nem meio centavo" da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) enquanto o país estiver em crise. No sábado (9), durante o lançamento da sua autobiografia "Sinceramente" na semana do livro de Havana, Cuba, Kirchner disse acreditar que "a primeira coisa que temos que fazer para poder pagar é sair da recessão".

Kirchner também questionou um possível duplo padrão por parte da instituição financeira. Para ela, o FMI é contraditório ao alegar que não pode reduzir a dívida porque seu estatuto proíbe. "Eu me pergunto, quando eles dizem 'não, você não pode fazer uma redução da dívida do FMI porque o estatuto deles proíbe a redução'. Mas como o estatuto do FMI proíbe fazer reduções da dívida, também proíbe empréstimos que permitam fuga de capital. E por que vamos impor uma proibição e não a outra?", questionou Kirchner ao dizer que o financiamento contraído com o FMI pela gestão do ex-presidente Maurício Macri foi "ilegal" justamente porque houve uma fuga de capitais da Argentina naquele período.

A declaração da vice vai de encontro com as propostas apresentadas pelo presidente argentino, Alberto Fernández, na semana passada. Em encontros com lideranças europeias, ele reiterou que a Argentina pagará toda a dívida com o FMI quando o país tiver um "crescimento sustentável". "Espero que todos os pagamentos se posterguem até final de 2023", disse Fernández.

Na semana passada, o Senado da Argentina, de maioria governista, aprovou uma lei que permitirá ao governo renegociar a dívida externa. Em 2020, os vencimentos equivalem a US$ 34,4 bilhões. Perguntado sobre as declarações de sua vice, Fernández disse nesta segunda-feira (10) que o governo está começando a conversar com o FMI e que não ouviu as declarações de Kirchner.

"Você tem que dar tempo à negociação e fazê-la com muito cuidado. Esta semana chega o grupo que tem o FMI para trabalhar conosco e lá veremos como estamos avançando", disse o presidente, segundo o site Infobae.

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