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Enfermeira trabalha durante um dia de vacinação contra covid-19, em 16 de junho de 2021, em Buenos Aires (Argentina).
Enfermeira trabalha durante um dia de vacinação contra covid-19, em 16 de junho de 2021, em Buenos Aires (Argentina).| Foto: Juan Ignacio Roncoroni/Agência EFE/Gazeta do Povo

Novas restrições entraram em vigor nesta semana na Argentina, o país que tem o pior desempenho no combate à Covid-19, segundo ranking da Bloomberg que analisa a resposta de 53 governos à pandemia.

De acordo com um novo decreto emitido pelo governo de Alberto Fernández, desde segunda-feira apenas 600 viajantes podem entrar na Argentina diariamente, o que está afetando milhares de pessoas com viagem marcada para o país. Anteriormente, a cota era de 2 mil pessoas por dia. A medida, segundo justificativa oficial, foi estabelecida para minimizar os impactos da variante delta do coronavírus.

Diante da decisão, companhias aéreas tiveram que reprogramar seus voos. Em nota o vice-presidente para as Américas da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), Peter Cerdá, disse que a cota limitada "obrigará as companhias aéreas a deixarem milhares de passageiros no exterior, principalmente cidadãos e residentes argentinos".

"Como indústria, gostaríamos de continuar oferecendo conectividade aérea essencial de e para a Argentina, tanto durante a pandemia como depois. Mas, ao tomar essas decisões unilaterais e de curto prazo, o governo corre o risco de isolar ainda mais o país", afirma em nota.

O governo afirmou, nesta segunda-feira, que não vai ajudar financeiramente os argentinos que estão no exterior e cujos voos foram adiados por causa da medida. De acordo com as autoridades argentinas, foram feitos vários avisos públicos recomendando que as pessoas não viajassem para fora do país, já que novas restrições poderiam ser impostas. Além disso, ao sair da Argentina, o passageiro assina uma declaração assumindo o risco de possíveis mudanças nas regras, como a que ocorreu agora.

Além do limite para entrada, os passageiros terão que fazer um teste PCR antes de embarcar no avião com destino à Argentina, outro na chegada ao país e um terceiro no sétimo dia após a entrada. Se o teste na chegada for negativo, os viajantes deverão realizar o isolamento em local indicado pelas autoridades locais durante sete dias a partir do teste realizado no país de origem e um último exame para finalizar a quarentena. Se esse primeiro teste for positivo, será realizado um teste de sequenciamento genômico e o isolamento será realizado onde for indicado pelas autoridades nacionais.

Em seguida, as autoridades irão controlar que aqueles que voltaram de uma viagem estejam cumprindo o isolamento e serão apresentadas queixas criminais por descumprimento, para as quais estão previstas penas de prisão de seis meses a dois anos por violação de medidas contra pandemias e de 15 dias a um ano por desobediência à autoridade pública.

Pior desempenho

A Argentina é classificada atualmente pela Bloomberg como o país com pior desempenho no combate à Covid-19 em um ranking de 53 nações, o qual analisa vários dados relacionados à pandemia, como o relaxamento de restrições, a vacinação e o número de casos. De acordo com a publicação, o principal foco do ranking “é cada vez mais definido pela volta à normalidade”.

A posição da Argentina se explica pelo aumento das infecções, restrições ainda vigentes e uma campanha de vacinação inconstante.

No quesito "progresso de reabertura", a Bloomberg cita que na Argentina as atividades sociais e econômicas estão fortemente restritas por políticas governamentais e que houve uma redução de 82% na capacidade de voos programados em relação a 2019. O país também teve o pior índice de casos de Covid-19 por milhão de habitantes no último mês entre as 53 nações analisadas. Até agora, a campanha de vacinação na Argentina cobriu 22% da população, de acordo com a publicação.

O melhor país no combate à pandemia, segundo a classificação, é os Estados Unidos. O Brasil aparece em 41º lugar, embora já tenha ocupado as últimas posições do ranking em análises anteriores. O Chile, apesar das recentes restrições impostas na região metropolitana de Santiago, ainda é o país da América do Sul com melhor desempenho entre os analisados, aparecendo em 38º lugar.

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