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Um iemenita acusado de ser o "assessor de imprensa" de Osama bin Laden manteve-se em silêncio na segunda-feira no tribunal militar de Guantánamo, depois que um juiz o autorizou a não apresentar defesa.

Ali Hamza Al Bahlul foi voluntariamente ao tribunal da base naval norte-americana, mas boicotou-a por não reconhecer sua legitimidade. "Vou aderir ao boicote do sr. Al Bahlul aos procedimentos, permanecendo mudo à mesa", anunciou o major-aviador David Frakt, indicado pelos militares para defender o réu.

O juiz do caso, coronel-aviador David Gregory, disse que Frakt está no seu direito, pois cabe à acusação provar as acusações.

Bahlul é acusado de preparar material de recrutamento para a Al Qaeda, inclusive um vídeo que glorifica um atentado de 2000 que matou 17 militares dos EUA num navio. Ele também teria preparado o vídeo-testamento de Mohamed Atta, líder do ataque de 11 de setembro de 2001 nos EUA, e operado equipamentos de comunicações para Bin Laden, de quem também teria sido guarda-costas.

Habitualmente, Bahlul, de 38 anos, é tão loquaz que outros prisioneiros pediram para não ficar perto da sua cela. Em audiências anteriores, ele fez longas declarações, em que admitiu ser da Al Qaeda e manifestou lealdade a Bin Laden.

O juiz determinou que essas declarações não podem ser usadas contra ele, porque foram limitadas no contexto da explicação de seu boicote.

Nesta segunda-feira, o réu também não usou os fones que lhe permitiriam acompanhar a tradução para o árabe. Ele pode ser condenado à prisão perpétua pelos crimes de conspiração, indução ao homicídio e apoio material ao terrorismo.

Este é o segundo julgamento do tribunal especial criado pelo governo Bush para julgar presos não-americanos acusados de terrorismo, sem as proteções habitualmente concedidas pelo Judiciário do país.

Em agosto, Salim Hamdan, ex-motorista de Bin Laden, foi condenado no primeiro julgamento, por dar apoio material ao terrorismo.

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