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Pessoas em frente a hospital apoiado pelo Médicos Sem Fronteira e destruído por bombardeios | GHAITH OMRAN/AFP
Pessoas em frente a hospital apoiado pelo Médicos Sem Fronteira e destruído por bombardeios| Foto: GHAITH OMRAN/AFP

No mais recente ataque a instalações médicas e trabalhadores humanitários na Síria, dois hospitais e uma escola foram bombardeados nesta segunda-feira (15) no Norte do país, deixando vários mortos e feridos, informaram fontes médicas e testemunhas que acusam aviões russos pela ofensiva.

Ao menos 14 civis morreram na cidade de Azaz, localizada próxima à fronteira com a Turquia na província de Aleppo, onde um hospital infantil e uma instituição de ensino foram atingidos. Mais ao sul, na região de Idlib, uma estrutura apoiada pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi destruída por quatro foguetes, confirmou a ONG ressaltando que ao menos oito funcionários estão desaparecidos.

A tragédia ocorre poucos dias depois das potências mundiais chegarem a um acordo que pede o fim das hostilidades no território sírio, devastado por uma guerra prestes a completar cinco anos.

“Este é um ataque deliberado contra uma instituição médica”, disse o chefe da missão do MSF, Massimiliano Rebaudengo. “A destruição deste hospital priva cerca de 40 mil pessoas de tratamento médico nesta área de conflito”.

Mas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), nove pessoas morreram, entre elas uma criança, na ofensiva realizada por aviões russos.

“Um prédio que abrigava um hospital apoiado pela MSF foi inteiramente destruído nesta segunda-feira, seguramente por aviões russos, em Hadiyé, que fica ao sul de Marat al-Numan”, indicou a OSDH, que também aponta que o bombardeio deixou dezenas de feridos. O Observatório conta com uma rede de fontes no terreno.

O hospital, onde trabalham 54 pessoas, conta com 30 macas e é financiado pela organização médica humanitária, que também fornece remédios e equipamentos para a estrutura. “O prédio todo foi ao chão”, disse o ativista Yahya al-Sobeih no local, acrescentando que paramédicos e equipes de emergências trabalham para remover os destroços.

Mísseis em Aleppo

Na região de Aleppo, perto da fronteira da Turquia e para onde dezenas de milhares de sírios estão fugindo depois de uma ofensiva do governo, ao menos 14 civis morreram nos ataques com cinco mísseis que atingiram um hospital infantil, uma escola e outras localidades. Entre as vítimas, duas são crianças. Pessoas feridas foram levadas para o território turco para tratamento.

“Nós retiramos crianças gritando do hospital”, disse o médico Juma Rahal.

Na semana passada, outras instalações médicas foram atingidas por ataques aéreos. Enquanto um porta-voz do Pentágono acusou na quarta-feira passada a Rússia e as forças do governo sírio de destruírem dois grandes hospitais em Aleppo, mas sem especificar a data, o ministério da Defesa russo rebateu que aviões americanos bombardearam um hospital da MSF há dez dias, matando três pessoas. Os dois lados negam as acusações.

O ataque desta segunda-feira ocorre poucos dias depois da Rússia e outras potências acertarem um fim das hostilidades na Síria. Em quase cinco anos de guerra civil, mais de 470 mil pessoas morreram.

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