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O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Afeganistão, o libanês Wabel Abdullah, está entre as 21 vítimas mortas do ataque suicida feito ontem contra um restaurante em Cabul, informou neste sábado a agência local "AIP". Pelo menos 13 das vítimas mortas eram estrangeiras, segundo a fonte, que informou que entre elas há vários canadenses, russos e britânicos, assim como alguns representantes da ONU, cuja nacionalidade não foi especificada.

Entre os mortos estão o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) no país, Wabel Abdallah, dois funcionários da Universidade Americana do Afeganistão e possivelmente membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Mais cedo, a Embaixada dos EUA em Cabul confirmou em sua página no Twitter que pelo menos dois cidadãos norte-americanos estavam entre as vítimas.

O cenário do ataque foi um famoso restaurante de comida libanesa situado na área onde se concentra a maioria de embaixadas e representações de organismos internacionais, e que é frequentado por expatriados durante o fim de semana.

O governo do Afeganistão informou neste sábado ter afastado o chefe de polícia e o encarregado da inteligência no distrito de Wazir Akbar Khan para investigá-los. Depois do atentado, muitas organizações internacionais em Cabul restringiram a circulação de seus funcionários.

Segundo relatou ontem à Agência Efe o chefe da polícia de Cabul, Mohammed Zahir, três terroristas participaram do atentado, mas apenas um detonou sua carga explosiva depois que os outros dois foram abatidos pelas forças de segurança no interior do local.

Um porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid, reivindicou hoje a autoria do ataque em nome do movimento insurgente. Em entrevista à AIP, Mujahid elevou para 29 o número de "altos funcionários estrangeiros" que morreram no atentado.

Em comunicado, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, lamentou a morte de Wabel Abdallah. "Nossos corações estão com a família e os amigos de Wabel, bem como das outras vítimas desse ataque", disse em nota divulgada no site do fundo.

O representante especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e chefe da missão de ajuda no Afeganistão, Ján Kubiš, condenou a violência contra civis e o contínuo uso de homens-bomba. "Essa violência é inaceitável e precisa acabar imediatamente", afirmou em comunicado também veiculado no site da organização.

Segundo Michael Smith, presidente da Universidade Americana do Afeganistão, os familiares dos funcionários mortos no ataque estão sendo informadas e as devidas medidas estão sendo tomadas. Ele não identificou as vítimas, mas disse que uma delas havia recentemente se juntado à faculdade de Ciência Política e outra era membro da equipe de assuntos estudantis. A universidade, que tem mais de 1 mil alunos, foi estabelecida em 2006 e tem vários cidadãos norte-americanos no quadro de empregados.

Os talibãs costumam exagerar o número de vítimas de seus ataques. Em comunicado posterior enviado à Agência Efe, o movimento insurgente explicou que "o ataque foi uma vingança pelos ataques estrangeiros na província de Parwan, onde há dois dias arrasaram dez casas e mataram mulheres e crianças indefesas".

Segundo as autoridades de Cabul, pelo menos oito civis morreram na operação de Parwan, liderada pelas tropas afegãs, mas na qual participaram unidades das forças da Aliança Atlântica.

A missão militar da Otan no Afeganistão emitiu hoje um comunicado no que condena em duros termos o ataque de ontem à noite. "Quero expressar minha simpatia às vítimas e suas famílias pelo brutal atentado contra o restaurante", assinala no texto o chefe da Isaf, o general dos EUA Joseph F. Dunford, que denunciou que "os talibãs mostraram mais uma vez desprezo pela vida".

Este é o último ano com presença de tropas da Otan no país, de acordo com um calendário de retirada gradual que terminará no próximo dezembro, quando as forças locais assumirão a segurança em todo o território afegão. O processo não freou a atividade insurgente nem a espiral de violência no país asiático.

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