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| Foto: EMMANUEL FOUDROT/REUTERS

Ao menos uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um atentado nesta sexta-feira (26) contra uma usina de gás industrial em Isère, sudeste da França.

Uma cabeça decapitada foi encontrada perto do portão da usina, junto a uma bandeira com palavras em árabe. Segundo o jornal local “Le Dauphine”, a cabeça também estava coberta com inscrições.

A polícia suspeita que o atentado tenha sido cometido por extremistas islâmicos. Caso se confirme, este será o pior atentado na França desde o ataque, em janeiro, ao jornal satírico “Charlie Hebdo” e a um mercado kosher, em que 18 pessoas foram mortas.

Suspeito de ataque na França era observado por possível radicalização

Uma cabeça decapitada foi encontrada em uma usina de gás industrial no sudeste da França

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O suposto autor do atentado entrou na fábrica com uma bandeira islamita e detonou várias cilindros de gás, apontou uma fonte próxima do caso citada pela agência AFP.

A deputada por Isère, Joëlle Huillier, informou à imprensa que pelo menos um homem foi detido pela polícia e está sendo interrogado.

O detido é um homem de cerca de 30 anos supostamente com antecedentes penais, segundo o jornal local “Le Dauphiné Liberé”.

O presidente francês, François Hollande, participava de uma reunião com a chanceler alemã Angela Merkel em Bruxelas no momento do atentado. Ele voltará ainda hoje ao país.

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, já chegou ao local do atentado para acompanhar os trabalhos dos bombeiros e da polícia.

Usina

Situada ao norte dessa cidade do sudeste francês, a fábrica, de 200 empregados, faz parte de um polígono de mil hectares levantado em 1971 que agrupa 400 empresas, a maioria do setor logístico, e no qual trabalham cerca de 12 mil pessoas.

Segundo Joëlle, a empresa está “na maior zona logística da França, talvez de toda Europa”.

É uma paisagem aberta, habitualmente transitada por caminhões e repleta de bases industriais junto às quais estão localizados vários restaurante de fast-food e inclusive hotéis.

“A zona está completamente isolada e as equipes de emergência não deixam de chegar”, explicou a Séverine, uma trabalhadora de um restaurante próximo ao local do atentado, que assegurou não ter ouvido a explosão.

A filial de Saint-Quentin-Fallavier da Air Products, um gigante americano do setor e primeiro fornecedor de hélio do mundo, que dispõe de três fábricas na França, estava estabelecida nesse perímetro há 15 anos e é uma fornecedora habitual de gás para o setor de saúde local e outras indústrias.

Segundo confirmou a um jornal local o prefeito da cidade, Michel Bacconnier, o depósito armazenava oxigênio e argônio, entre outros gases.

A Air Products é uma das três empresas do polígono classificada como de “sob risco industrial” segundo a direção SEVESO, que obriga a identificar as zonas industriais vinculadas a tratamentos químicos suscetíveis a prejudicar o meio ambiente ou a saúde de povoações próximas.

Na França, esta categoria inclui cerca de 1,2 mil centros industriais, dos quais 540 registram um “risco limitado” como o de Air Products.

“É uma zona SEVESO, mas de um nível de periculosidade pouco elevado. Por que escolher esta fábrica quando havia estabelecimentos próximos com maior risco?”, se questionou o vice-presidente da região de Ródano-Alpes, Alain Chabrolle.

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