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Cerca de 200 pessoas dançavam música latina nas pistas da Pulse, uma das principais boates gays de Orlando, às 2 horas deste domingo (12, 3 horas em Brasília). A uma hora de a casa fechar, a música foi interrompida pelas rajadas de fuzil AR-15 e de uma pistola.

O que os frequentadores achavam ser efeitos de um rap ou um reggaeton era o início do maior ataque a tiros da história recente dos EUA. Pelo menos 50 pessoas morreram e outras 53 foram feridas.

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O assassino era Omar Mateen, 29, americano filho de afegãos que tinha repulsa a gays. Antes de agir, ligou para a polícia e disse que o faria pela facção terrorista Estado Islâmico. Depois que já tinha matado ou ferido metade dos presentes, foi morto por policiais.

Segundo testemunhas, ele entrou na casa depois de trocar tiros com um segurança que estava na porta principal. Participante da festa, Luis Burbano só percebeu que se tratava de um atentado quando tinha passado de 20 tiros.

“Saímos por um acesso de funcionários, onde 20 ou 30 pessoas se debatiam para tentar sair”, disse à CNN.

O DJ Ray Rivera, que tocava na área externa com acesso às três pistas, achou que eram fogos. “Corri por um portão lateral. Vi corpos no chão, pessoas feridas por todos os lados. Foi um caos, todos tentando sair”, afirmou ao New York Times.

Em mensagem em redes sociais, os donos insistiram para que todos saíssem da boate. “Saiam todos da Pulse e continuem a correr.”

O atirador chegou a manter reféns em uma área restrita da boate. Outras pessoas tentaram se proteger nos banheiros. Foi de um deles que alguns ligaram para a polícia.

FBI

Por volta das 5 horas, três horas após o início do ataque, a tropa de choque tentou resgatar os reféns. Mateen atingiu o capacete de um dos policiais antes de ser baleado e morto.

Além das armas e de dezenas de balas, os agentes recolheram com ele um dispositivo que parecia uma bomba. O FBI investiga a ação como um atentado terrorista, embora ainda sem indícios de ligação com radicais islâmicos.

Horas após o ataque, uma agência de notícias ligada ao Estado Islâmico afirmou que “um combatente da facção executou o atentado”. A equipe de investigação, porém, pediu cautela, pois não havia informações sobre treinamento de Mateen com a milícia ou de relação direta.

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O responsável pelo FBI em Tampa, Ronald Hopper, disse que o atirador foi investigado por terrorismo em 2013 e 2014, depois que expressou simpatia a colegas de trabalho por um homem-bomba.

Segundo o agente, nada foi provado contra ele. “Os depoimentos se revelaram inconclusivos, então não havia razão para manter as investigações”, afirmou Hopper.

Isso permitiu que Mateen continuasse a trabalhar como segurança, como fazia desde 2007, tendo assim permissão para comprar as armas usadas no ataque à Pulse.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que “se sabe o bastante para definir a ação de Mateen como ataque terrorista e crime de ódio”.

Ele decretou quatro dias de luto no país. Na internet, pessoas convocaram vigílias e minutos de silêncio.

Sangue

No início da manhã deste domingo, frequentadores da boate e amigos das vítimas esperavam informações sobre seus entes queridos diante de hospitais de Orlando.

Pelas redes sociais, começou uma campanha de doação de sangue para os 53 feridos. Os amigos gays das vítimas, porém, não puderam fornecer seu sangue porque os EUA, como o Brasil, proíbem que homens que fizeram sexo com homens no período de um ano doem sangue.

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Apesar dessa dificuldade, os hemocentros ficaram lotados. A Pulse chegou a usar seu perfil no Facebook para pedir comida e bebida aos doadores de sangue.

O atentado acontece no mês do orgulho gay nos EUA, instituído em 2009 por Obama. A declaração relembra a rebelião de Stonewall, em junho de 1969, que marcou o início do movimento LGBT.

Programadas para este domingo, as paradas gays da Filadélfia e de Los Angeles tiveram a segurança reforçada.

Na cidade californiana, a polícia prendeu um homem que levava armas no porta-malas do carro a caminho do evento. Não foi encontrada relação dele com Mateen.

A alegria e a música características destes eventos foi trocada por tristeza, silêncio e palavras de protesto.

Duplo luto

O incidente acontece dois dias após a cantora e ex-participante do programa “The Voice” Christina Grimmie ter sido morta após se apresentar em Orlando por um homem de 27 anos, que se matou em seguida. O teatro onde Christina foi agredida fica a seis quilômetros da boate Pulse.

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