Fiéis de um templo religioso nas cercanias de Milwalkee, no estado americano de Wisconsin, foram atacados na manhã deste domingo (5) durante uma cerimônia. Os tiros foram disparados no interior de um templo sikh (religião monoteísta indiana) no que aparenta ser um crime de motivação racial. Sete pessoas morreram (quatro dentro do templo e 3 fora) e outras 30 ficaram feridas.
A princípio, a polícia acreditava que eram dois atiradores, mas por volta das 17h, depois de fazer várias varreduras no local, informou se tratar de somente um atirador, que foi morto no tiroteio contra a polícia.
O Milwaukee Journal Sentinel, jornal local, disse que o chefe religioso do Templo Sikh de Wisconsin em Oak Creek conseguiu se trancar no banheiro com um telefone celular e avisar a polícia.
O diretor do templo estaria entre os baleados, de acordo com o jornal, acrescentando que agentes do FBI estão presentes no local, acompanhando a situação junto com os policiais.
Segundo a Globo News, 100 pessoas estavam no templo na hora do tiroteio. Muitas pessoas que estavam nas proximidades de Brookfield para um serviço matinal conseguiram sair depois de perceber o tiroteio em Oak Creek.
Atendimento às vítimas
Uma porta-voz do Hospital Froedert, o principal centro para atendimento de traumas na região de Milwaukee, disse à rede CNN que dois homens foram levados à instalação hospitalar e que eles estão prontos para receber mais pacientes. Um deles seria um dos policiais que se feriu na troca de tiros com o atirador, morto no local.
Mais de 12 ambulâncias ficaram estacionadas do lado de fora do templo e a polícia colocou jornalistas e curiosos numa área próxima ao local. Oak Creek fica ao sul de Milwaukee, ao longo do lago Michigan.
Obama
O presidente Barack Obama foi notificado do tiroteio e expressou neste domingo (05) sua "profunda tristeza" pelos mortos e feridos no ataque.
Religião
A religião dos sikhs é um credo monoteísta, fundado no sul da Ásia há mais de 500 anos. A religião tem cerca de 27 milhões de adeptos praticantes ao redor do mundo, a maior parte no norte da Índia, onde se desenvolveu primeiro. Sikhs praticantes costumam não cortar os cabelos e os homens da religião frequentemente cobrem suas cabeças com turbantes e se abstém de raspar as barbas. Segundo estimativas, existem 500 mil sikhs nos EUA.
Os grupos que representam a comunidade sikh nos EUA reportam um aumento nos ataques e crimes de ódio contra a religião desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. A Coalizão Sikh grupo sediado em Washington e que defende os interesses da comunidade, reportou mais de 700 incidentes desde setembro de 2001. A coalizão diz que os ataques decorrem do sentimento anti-islâmico nos EUA.
Os sikhs não praticam o Islã e a religião deles chegou a ser perseguida por governantes muçulmanos nos seus primórdios. Mesmo assim, seus turbantes e longas barbas frequentemente fazem os norte-americanos acreditarem que são muçulmanos, diz a Coalizão Sikh.
Caso Holmes
Há duas semanas, um caso parecido chocou os Estados Unidos. Um estudante chamado James Holmes entrou em uma sessão de estreia do filme "Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge" na cidade de Aurora, Colorado, e disparou contra o público deixando 12 mortos e 59 feridos.
Ele trajava uma máscara de gás e colete a prova de balas e carregava um rifle e dois revolveres. Além disso, seu apartamento estava equipado com explosivos que foram posteriormente desarmados pela polícia local. Atualmente, o caso está sendo julgado e o criminoso pode ser condenado por até 142 crimes.
Fotos do Templo Sikh, em Wisconsin
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