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A ativista de direitos humanos Jestina Mukoko, diretora do Projeto de Paz do Zimbábue, que se encontrava em paradeiro desconhecido há três semanas, foi acusada hoje perante um tribunal de Harare de participar de um complô para derrubar o presidente zimbabuano, Robert Mugabe.

Mukoko, que está envolvida no acompanhamento e documentação das violações de direitos humanos no Zimbábue, foi detido no dia 3 por dez homens que invadiram sua casa em Harare e a colocaram à força em um dos dois veículos nos quais se deslocavam.

As autoridades policiais negaram até hoje que Mukoko estivesse detida. Ela foi presa junto com outros ativistas que, nesse mesmo dia, tinham se manifestado contra a crescente crise econômica e humanitária no Zimbábue.

A detenção ilegal de Mukoko se somou à de outros três membros da organização da ativista que foram detidos em 27 de novembro no subúrbio de Buidiro, em Harare, quando tentavam fotografar uma das clínicas que tratam de doentes de cólera.

A ativista e outros oito acusados de conjuração para derrubar o chefe de Estado permanecem presos após comparecer em um tribunal de primeira instância desta cidade, onde deverão se apresentar novamente na próxima segunda-feira, segundo fontes da defesa do grupo.

Os nove acusados apareceram depois que o líder do opositor Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Morgan Tsvangirai, fez ameaças à legenda governista União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF).

No dia 19, ele afirmou que suspenderia as negociações de seu partido com a legenda governista se o Governo não colocasse em liberdade 42 de seus membros e os ativistas de direitos humanos "desaparecidos".

"Se estes seqüestros não pararem imediatamente e se todos os desaparecidos não forem libertados ou acusados (de alguma acusação) em um tribunal de justiça até 1º de janeiro de 2009, pedirei ao Conselho Nacional do MDC que aprova uma resolução para suspender todas as negociações e contatos com a Zanu-PF", disse Tsvangirai.

O jornal "The Herald", que cita fontes policiais, afirma em sua edição de hoje que Mukoko -uma antiga jornalista da Corporação Zimbabuana de Rádio e Televisão- e os ativistas do MDC podem ser acusados de "recrutar ou tentar recrutar pessoas que serão treinadas militarmente para depor o Governo".

Se forem considerados culpados, podem ser condenados à morte.

Segundo o jornal, o MDC está treinando guerrilheiros na vizinha Botsuana, coisa que tanto o partido opositor como as autoridades de Gaberone, a capital botsuana, rejeitaram taxativamente.

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