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A Guarda Costeira japonesa prendeu na sexta-feira um ativista neozelandês que invadiu um barco baleeiro na Antártida, depois de confronto entre caçadores e ambientalistas.

Helicópteros da imprensa sobrevoavam a flotilha de embarcações que entrou na baía de Tóquio levando consigo Pete Bethune, da entidade Sociedade de Conservação Pastor do Mar, detido a bordo durante as quatro semanas que a viagem levou.

As habituais tentativas da Pastor do Mar para impedir a caçada anual de baleias causa irritação no Japão, cujo governo diz que a prática baleeira é uma importante tradição cultural.

"É claro que diferentes pessoas e países podem ter sentimentos diferentes com relação à caça da baleia, mas as ações malignas da Pastor do Mar são perigosas e não podem ser aceitas", disse o primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, a jornalistas.

"É óbvio que ele foi detido. Deveria ser investigado e julgado no Japão com base na verdade, mas acho que isso não irá abalar as relações com a Austrália ou a Nova Zelândia", acrescentou.

Bethune, de 44 anos, capitão do Ady Gil, embarcação de alta tecnologia que foi danificada em uma colisão com um barco baleeiro japonês em janeiro, abordou o Shonan Maru 2 com um jet-ski, conseguiu se desvencilhar das redes que impediam invasões no barco e subiu ao convés aproveitando-se da escuridão, em 15 de fevereiro.

A ONG à qual ele pertence disse que Bethune pretendia, na qualidade de cidadão, dar voz de prisão ao comandante do navio baleeiro.

O ativista foi oficialmente preso assim que desembarcou no cais de Tóquio, que teve um trecho isolado com tapumes azuis para evitar o assédio da imprensa e de alguns manifestantes pró-baleeiros.

"Queremos que o governo japonês puna o ativista o mais severamente possível sob a lei japonesa e peça ao governo da Nova Zelândia que retire o registro de navegação do Ady Gil", disse o manifestante Shuhei Nishimura.

Uma fonte da Guarda Costeira disse à Reuters que Bethune parece estar com boa saúde e responde prontamente a perguntas. Ele pode ser condenado a até três anos de prisão e multa de 100 mil ienes (1.100 dólares), segundo a imprensa japonesa.

No mês passado, a Austrália ameaçou medidas judiciais contra o Japão se o país não parar até novembro de capturar baleias no oceano Antártico.

Alguns juristas dizem que a atividade baleeira japonesa viola leis internacionais, como o Sistema do Tratado Antártico. A caça da baleia foi mundialmente proibida por uma moratória declarada em 1986, mas o Japão mantém a prática sob a alegação de que se trata de uma atividade de pesquisa. A maior parte da carne das baleias acaba em açougues e restaurantes.

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