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Conflito

Ativistas acusam forças sírias de matar 22 manifestantes

Confronto mais sangrento aconteceu no centro da cidade de Homs, em que 15 manifestantes foram mortos

Manifestantes exigem a saída de Bashar al-Assad marcham pelas ruas de Homs, na Síria, onde 15 pessoas morreram | Reuters
Manifestantes exigem a saída de Bashar al-Assad marcham pelas ruas de Homs, na Síria, onde 15 pessoas morreram (Foto: Reuters)

As forças de segurança sírias mataram 22 manifestantes que exigiam o fim do regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad, na sexta-feira (6), disseram ativistas de direitos humanos. A União Europeia concordou em impor sanções em resposta à ação.

Ativistas e testemunhas disseram que as manifestações começaram depois da oração principal de sexta-feira, em cidades de todo o país de 20 milhões de habitantes -- de Banias, na costa mediterrânea, até Qamishly, no leste curdo.

O confronto mais sangrento aconteceu no centro da cidade de Homs, em que 15 manifestantes foram mortos, disse o ativista Ammar Qurabi. A televisão estatal síria disse que um oficial do Exército e quatro policiais foram mortos em Homs por uma "quadrilha criminosa".

As críticas internacionais contra Assad estão se intensificando. O governante passou à ofensiva para manter o governo de quatro décadas de sua família e reprimir os manifestantes, que exigem liberdade.

Governos da União Europeia concordaram na sexta-feira em impor o congelamento dos bens e restrições de viagem a autoridades sírias responsáveis pela repressão violenta. Ativistas de direitos humanos dizem mais de 560 pessoas já foram mortas no país.

Autoridades locais admitem um número menor de mortes e dizem que metade das mortos são soldados e policiais, culpando "grupos terroristas armados" pela violência. Elas dizem que os manifestantes são em número reduzido e não representam a maioria dos sírios.

Não ficou imediatamente claro se Assad é o alvo direto das sanções, que se seguem a um acordo de princípio da UE firmado na semana passada, impondo um embargo de armas à Síria. As medidas serão aprovadas na segunda-feira, caso nenhum Estado membro faça objeções.

As forças de segurança e soldados de Assad, que invadiram a cidade de Deraa na semana passada, impediram que os manifestantes estabelecessem um local fixo de protestos, como a Praça Tahrir, no Egito, ao bloquear o acesso à capital, Damasco. Mas os manifestantes vem usando as orações da sexta-feira para lançar novas passeatas.

"O povo quer a derrubada do regime", gritavam 2.000 manifestantes no subúrbio de Damasco Saqba, exigindo a libertação de centenas de parentes presos pelas forças de segurança nos últimos dias, disse uma testemunha.

Filmes divulgados na Internet e exibidos pela TV Al Jazeera mostravam manifestantes em várias cidades gritando as mesmas palavras de ordem pela liberdade e mudança de governo.

Em Hama, onde o pai de Assad brutalmente reprimiu um levante armado islâmico em 1982, um ativista de direitos humanos disse que as forças de segurança mataram seis manifestantes, disparando tiros contra um protesto.

O Observatório Sírio para Direitos Humanos, em Londres, disse que um manifestante foi morto e outros três foram feridos em Latakia.

Também houve protestos no distrito de Damasco de Midan, no subúrbio de Daraya e nas cidades da Zabadani e Tel Kelekh, perto da fronteira com o Líbano. O ativista Wissam Tarif disse que houve tiros contra a multidão em pelo menos quatro manifestações.

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