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“A guerra com os muçulmanos só começou. (...)  Considerem-me apenas  a primeira gota do  dilúvio que me seguirá.”
Faisal Shahzad, autor de plano para explodir carro-bomba na Times Square | Reuters
“A guerra com os muçulmanos só começou. (...) Considerem-me apenas a primeira gota do dilúvio que me seguirá.” Faisal Shahzad, autor de plano para explodir carro-bomba na Times Square| Foto: Reuters

Cinco meses depois de tentar explodir um carro-bomba na Ti­­mes Square, centro de Nova York, o paquistanês naturalizado americano Faisal Shahzad foi condenado ontem à prisão perpétua. Para a juíza Miriam Cedar­­baum, Shahzad "expressou repetidamente a sua total falta de remorso e o seu desejo de repetir o crime".O paquistanês de 31 anos, que ainda pode recorrer da sentença, confessou em junho ser o autor do atentado frustrado em uma das regiões mais movimentadas da cidade norte-americana.

No dia 1.º de maio, Shahzad abandonou uma perua Nissan Pathfinder carregada de explosivos, acendeu um pavio, andou até a estação Grand Central e foi para casa, em Connecticut, segundo relato do próprio. Dois dias depois, foi preso no aeroporto JFK, ao tentar fugir do país.

Acusado de dez crimes, Shah­­zad declarou-se culpado e disse considerar-se um "soldado mu­­çulmano".

Ontem, antes de ouvir a sentença, avisou que "a guerra com os muçulmanos só começou" e que a derrota dos EUA é "iminente". "Considerem-me apenas a primeira gota do dilúvio que me seguirá", desafiou.

Falso juramento

A juíza disse esperar que, na prisão, ele reflita sobre se o Alcorão gostaria que matasse pessoas.

O paquistanês respondeu que o "Alcorão lhe dá o direito de se defender. É o que estou fazendo".

"Se vocês nos chamam de terroristas por fazer isso [defender o povo muçulmano], então somos terroristas orgulhosos", disse.

Após a condenação à prisão perpétua, Shahzad se disse "feliz com o trato que Deus" fez com ele e afirmou que a sentença será aplicada somente no "limite [de tempo] que Deus me deu nesse mundo".

Para a juíza Cedarbaum, a sentença é "adequada para dissuadir aqueles inclinados a imitar o réu e para proteger o público contra os crimes" de Shahzad.

Ela ainda questionou o paquistanês, que se naturalizou americano no ano passado, sobre o juramento que fez de que defenderia os cidadãos dos Estados Unidos.

"Eu jurei, mas não falei sério", ele respondeu. "Então jurou em falso?", perguntou a juíza. "Sim".

Shahzad se mudou em 1998 para os EUA, onde formou-se em engenharia e ciência da computação e fez mestrado em administração de empresas.

Acredita-se que sua mulher e seus dois filhos estejam no Paquistão, onde ele diz ter re­­cebido treinamento para co­­meter o atentado.

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