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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se declarou nesta segunda-feira "profundamente decepcionado" pelo referendo realizado no domingo na Crimeia, no qual mais de 95% da população se mostrou a favor de se integrar à Rússia, e mostrou sua preocupação com seu impacto na crise ucraniana.

Ban, através de seu porta-voz Stephan Dujarric, chamou todas as partes "a trabalhar em uma solução guiada pelos princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo o respeito à unidade e à soberania da Ucrânia".

Ao todo, 96,77% dos crimeanos que participaram do referendo do domingo votaram a favor da reunificação com a Rússia e hoje o parlamento da Crimeia aprovou uma resolução pela qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente sua adesão a Moscou.

Em sua primeira reação ao voto, Ban assinalou que está "profundamente decepcionado e preocupado que o referendo da Crimeia só agrave a situação" na Ucrânia, que tachou de anticonstitucional a consulta.

Perguntado em entrevista coletiva, o porta-voz não quis assinalar se o secretário-geral considera a consulta legal ou ilegal e assegurou que sua prioridade é conseguir uma solução diplomática para o conflito.

Nesse sentido, Ban chamou "todas as partes na Ucrânia e aqueles com influência a evitar qualquer passo que possa aumentar mais as tensões" e pediu um "diálogo nacional" para resolver a crise.

"Uma deterioração da situação teria sérias consequências para a população da Ucrânia, da região e além", acrescentou.

Ban condenou, ainda, os episódios de violência registrados durante o fim de semana na parte oriental da Ucrânia e voltou a urgir todas as partes a evitar os choques e a se comprometer a reduzir a tensão.

O porta-voz do diplomata sul-coreano também não quis comentar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia a autoridades russas e ucranianas após a realização do referendo na Crimeia, que os países ocidentais consideram "ilegal" e cujos resultados não reconhecem.

Por sua vez, Dujarric adiantou que o secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, voltará amanhã da Ucrânia, aonde foi para analisar a situação no terreno e para fazer contatos com as partes em conflito.

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