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O presidente eleito Barack Obama prometeu auxílio às montadoras americanas, entre elas a General Motors | Bill Pugliano/AFP
O presidente eleito Barack Obama prometeu auxílio às montadoras americanas, entre elas a General Motors| Foto: Bill Pugliano/AFP

Estados Unidos poderão socorrer economia do Irã

Não são apenas as montadoras automotivas que poderão receber ajuda do governo dos EUA. Barack Obama disse ontem que também está preparado a oferecer incentivos econômicos para que o Irã interrompa seu programa nuclear, mas alertou que as sanções podem ser fortalecidas se o país se recusar a cooperar.

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Washington - O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ontem que não se pode permitir o colapso da indústria automotiva do país, mas qualquer ajuda ao setor deve ter como contrapartida uma completa reestruturação. "Eu não acho que seja uma alternativa simplesmente permitir que o setor entre em colapso", disse em uma entrevista à rede americana NBC. "O que nós temos de fazer é dar ao setor assistência, mas essa ajuda é condicionada a significativos ajustes. Eles terão de reestruturar (o setor)."

Obama também afirmou que um forte pacote de regulação financeira será central para o plano de recuperação econômica de seu governo.

Em Estocolmo, na Suécia, o Nobel de Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel de Economia de 2008, disse que duvida de que o setor automotivo dos Estados Unidos sobreviverá no longo prazo, mas que é válido ajudar o setor no curto prazo. "Os mecanismos simples de produção de um resgate para a economia mundial são muito difíceis. As coisas estão piorando a um ritmo tão rápido que é duro prever como essas medidas podem se concretizar", afirmou o professor de Economia da Universidade de Princeton e colunista do jornal The New York Times em uma coletiva de imprensa.

"Mesmo com a melhor compreensão do quadro atual, não é possível chegar a uma solução rápida o suficiente para prevenir uma grande quantidade de danos... eu estou muito preocupado com o que veremos no próximo ano."

Krugman disse que as três grandes montadoras americanas – GM, Ford e Chrysler – foram atingidas por tendências de longo prazo assim como pela atual crise financeira. "No final, essas companhias provavelmente desaparecerão". Para o economista, os responsáveis pela formulação de políticas econômico-financeiras nos EUA podem estar agindo lentamente demais para lidar com a crise financeira global, mas elogiou a escolha do presidente do Fed de Nova Iorque, Timothy Geither, como o próximo secretário do Tesouro. "Ele é muito inteligente, muito compreensivo, foi mais rápido ao perceber a vulnerabilidade do sistema financeiro que a maioria das pessoas, mas ele está diante de uma tarefa muito desafiadora."

Sistema paralelo

Para o Nobel de Economia, era esperado que o fim da bolha dos preços de imóveis dos Estados Unidos causasse problemas, mas a extensão da decorrente crise financeira que atingiu todo o mundo foi um choque. "O que não percebi, e quase todo mundo também não, foi a extensão em que o sistema bancário tradicional, que é bem protegido, foi substituído por um sistema paralelo de bancos formado por vários tipos de instituições que são bancos de fato, mas não são regulados como bancos", afirmou o vencedor do Nobel de economia.

"A vulnerabilidade, a fragilidade desse sistema bancário paralelo, foi algo que não deveria ter sido uma surpresa, mas de fato foi". A história tem mostrado o quanto governos podem gastar para sustentar suas economias, disse Krugman. "E eu estou preocupado com o quão rápido tais programas podem ser ativados, dada a velocidade de deterioração da economia."

"O setor privado não pode suportar sozinho nesse momento." Krugman disse que não sabia ainda o que fazer com o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$1,2 milhão), recebido com o Nobel, e acrescentou que seu e-mail favorito de congratulação pelo prêmio diz: "Parabéns, espero que você possa encontrar um banco ainda de pé".

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