Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira (21), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou a Rússia de violar flagrantemente os princípios mais básicos da ONU ao “invadir seu vizinho”, a Ucrânia, e “tentar apagar um Estado soberano do mapa”.
“A base da Carta da ONU, uma ordem estável e justa baseada em regras, está sendo atacada por aqueles que querem destruí-la para sua própria vantagem política”, afirmou.
“Esta guerra visa extinguir o direito da Ucrânia de existir como um Estado e o direito dos ucranianos de existir como um povo”, disse Biden. “[O presidente russo, Vladimir] Putin afirma que teve que agir porque a Rússia foi ameaçada, mas ninguém ameaçou a Rússia e ninguém além da Rússia buscou o conflito”, disse o americano em seu discurso.
Horas antes, Putin havia anunciado a mobilização de 300 mil reservistas e ameaçado usar armas nucleares para “defender a Rússia”, num momento em que lideranças de ocupação organizam referendos para anexar regiões da Ucrânia à Federação Russa.
Biden pediu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, com um aumento dos membros permanentes e não permanentes. Ele também ressaltou que os membros permanentes do Conselho, incluindo os EUA, deveriam “evitar usar o veto, exceto em situações incomuns e extraordinárias” para garantir que o órgão seja “confiável e eficaz”.
Além disso, ele enfatizou que os EUA são favoráveis ao aumento do número de membros do Conselho e à atribuição de assentos permanentes a países de África, América Latina e Caribe.
O Brasil, tanto no atual governo, de Jair Bolsonaro, como em anteriores, manifestou interesse em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança. “Creio que chegou a hora de tornar esta instituição mais inclusiva”, disse Biden.
Uma possível reforma do Conselho de Segurança tem sido discutida há décadas, mas até agora nenhum avanço foi feito.
O principal órgão de decisão da ONU tem cinco membros permanentes e com direito a veto (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e outros dez não permanentes, que são eleitos para mandatos de dois anos - o Brasil é um dos atuais.
Biden também afirmou nesta quarta-feira que não busca uma “Guerra Fria” com a China e reiterou que Washington não apoiará nenhuma alteração unilateral do status quo com Taiwan, cuja soberania é reivindicada por Pequim.
“Não procuramos conflitos, não procuramos uma Guerra Fria. Não queremos que nenhuma nação tenha de escolher entre os Estados Unidos e outro aliado. Mas os Estados Unidos promoverão um Indo-Pacífico livre, aberto, seguro e um mundo próspero”, disse Biden à Assembleia Geral da ONU.
O mandatário reiterou o respeito do seu governo ao princípio “uma só China” que Pequim impõe como base para os seus laços com qualquer país, de modo que o único governo chinês que os EUA devem reconhecer é o que está baseado em Pequim, distanciando as aspirações de independência de Taiwan.
Estes comentários sobre a China e Taiwan ocorrem depois de Biden ter dito em entrevista ao canal CBS no domingo que enviaria forças militares dos EUA para defender Taiwan no caso de uma invasão chinesa.
A Casa Branca procurou depois amenizar essas declarações, dizendo que a política em relação a Taiwan não mudou.
A tensão entre EUA e China sobre Taiwan aumentou nos últimos meses com exercícios militares chineses perto da ilha e uma controversa visita no início de agosto por parte da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
Os EUA mantêm uma política de “ambiguidade estratégica” em relação a Taiwan, deixando no ar se agiriam para defender a ilha militarmente.
Como parte do Taiwan Relations Act, os EUA anunciaram no início deste mês um pacote de assistência militar à ilha no valor de US$ 1,1 bilhão, o maior já concedido a Taipei pela gestão de Biden.
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