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Pessoas comemoram vitória de Joe Biden e Kamala Harris nas eleições presidenciais americanas na Filadélfia, 7 de novembro
Pessoas comemoram vitória de Joe Biden e Kamala Harris nas eleições presidenciais americanas na Filadélfia, 7 de novembro| Foto: Bryan R. Smith / AFP

O democrata Joe Biden venceu a disputa presidencial americana na Pensilvânia, levando os vinte delegados do estado e assim consolidando a sua vitória na corrida para a Casa Branca. Após atualização da apuração na manhã deste sábado, a diferença entre os votos de Biden e Donald Trump era suficiente para declarar a vitória do democrata, segundo projeções dos veículos de imprensa americanos.

O presidente americano Donald Trump se manifestou pelo Twitter na noite deste sábado, dizendo que "venceu a eleição". Ele fez acusações de fraudes no processo eleitoral, sem apresentar evidências, e disse que recebeu "71 milhões de votos legais. O maior número para um presidente no cargo". Mais cedo, ele já havia feito uma publicação no Twitter dizendo "Eu venci essa eleição, por muito!".

As redes de comunicação americanas CNN, Associated Press e Fox News já consideram Biden o presidente eleito dos Estados Unidos. Algumas redes ainda não projetaram a vitória no estado do Arizona, onde Biden lidera. Mas mesmo sem a vitória no Arizona, Biden ultrapassa 270 votos no Colégio Eleitoral, número mínimo para que um candidato seja eleito presidente dos Estados Unidos.

O Decision Desk HQ, que oferece serviços de projeção para veículos de imprensa como a Business Insider, Reuters e Vox, já havia projetado a vitória de Biden na tarde de sexta-feira.

Após mais de três dias de indefinição, enquanto os votos que foram enviados pelo correio eram apurados em estados decisivos para a disputa, os resultados confirmam que Biden se tornará o 46 o presidente da história dos Estados Unidos. A vice-presidente eleita, Kamala Harris, será a primeira mulher, primeira negra e a primeira pessoa de origem asiática a ocupar o cargo.

Na eleição presidencial de 2016, Trump conseguiu derrubar o chamado "muro azul" de estados que tradicionalmente elegem democratas - Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. Neste ano, a chapa democrata conquistou esses estados de volta, em vitórias que foram cruciais para determinar o resultado final da eleição.

Até a noite deste sábado, com estimativa de 98% das cédulas apuradas na Pensilvânia, Biden lidera a disputa com 3.350.534 votos (49,64% do total) - uma vantagem de pouco mais de 37 mil votos sobre Trump, que recebeu 3.313.236 de votos no estado (49,09%).

Em comunicado divulgado após o resultado, Biden afirmou que é preciso "deixar para trás a raiva e a retórica pesada e nos unir como nação".

Kamala Harris disse após a consolidação do resultado que o país tem "muito trabalho pela frente". "Esta eleição diz respeito à alma da América e à nossa vontade de lutar por ela", tuitou a democrata.

Joe Biden passou a manhã deste sábado em sua casa no estado de Delaware e fará um discurso à nação às 22 horas (horário de Brasília).

Trump não reconhece derrota

A campanha de Trump não reconhece a vitória do democrata, disseram advogados do republicano em pronunciamento à imprensa. Os advogados acusaram a eleição e a apuração de terem uma série de fraudes e prometem iniciar uma batalha legal contra os resultados já a partir da próxima segunda-feira (9).

"A partir de segunda-feira, nossa campanha começará a processar nosso caso na Corte para garantir que as leis eleitorais sejam totalmente mantidas e o vencedor legítimo esteja sentado", afirma comunicado distribuído pela campanha de Trump. Na entrevista coletiva, os advogados levaram até um fiscal de apuração do partido para alegar que houve fraudes. O comunicado fala que a disputa eleitoral "está longe do fim".

Trump deixou a Casa Branca neste sábado para jogar golf em seu clube em Sterling, na Virgínia.

Apesar das preocupações com protestos violentos após o anúncio do resultado das eleições, o clima em Washington é de tranquilidade. Segundo relatos da imprensa local, grupos comemoram a vitória de Biden na praça Black Lives Matter, nos arredores da Casa Branca.

Reações internacionais

Líderes internacionais já estão se manifestando sobre a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos. O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse pelo Twitter: "É bom que nós finalmente tenhamos números claros. Ansiamos por trabalhar em conjunto com o próximo governo americano. Queremos investir em nossa cooperação para um novo começo transatlântico, um novo acordo".

Em seguida, a chanceler alemã, Angela Merkel, parabenizou Biden e Harris, dizendo aguarda com expectativa pela "futura cooperação com o presidente Biden", escreveu. "Nossa parceria transatlântica é indispensável se quisermos enfrentar os grandes desafios do nosso tempo".

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, classificou a vitória como uma "conquista histórica" e cumprimentou os candidatos. "Os Estados Unidos são nosso aliado mais importante e estou ansioso para trabalhar juntos em nossas prioridades comuns, desde as mudanças climáticas para o comércio e a segurança", afirmou em sua conta do Twitter.

O presidente da França, Emmanuel Macron, também parabenizou a dupla pelo resultado. "Temos muito que fazer para superar os desafios de hoje. Vamos trabalhar juntos!", escreveu, em seu perfil no Twitter.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, parabenizou Biden e Harris pela eleição: "Seja bem-vinda de volta, América!", disse pelo Twitter. "Essa vitória simboliza a nossa necessidade de trabalhar juntos mais do que nunca".

O Taoiseach (primeiro-ministro) da Irlanda, Michael Martin, disse que Biden "tem sido um verdadeiro amigo desta nação por toda a sua vida e eu aguardo para trabalhar com ele nos próximos anos".

No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM - RJ) foi a primeira autoridade a reconhecer a vitória de Biden nas eleições americanas. "A vitória de Joe Biden restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias. Parabenizo o presidente eleito e, em nome da Câmara dos Deputados, reforço os laços de amizade e cooperação entre as duas nações", publicou Maia no Twitter.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também parabenizou Biden e Harris. "Nossos dois países são amigos próximos, parceiros e aliados. Compartilhamos uma relação que é única no cenário mundial. Espero trabalhar juntos e avançar [essa relação] com vocês dois", tuitou o líder canadense.

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, celebrou a chegada da primeira mulher, e primeira negra, à Casa Branca. "Esse é um momento muito especial", disse.

O presidente do governo na Espanha, Pedro Sánchez, desejou sorte ao novo governo americano. "Estamos preparados para cooperar com os EUA para enfrentar juntos os grandes desafios globais", disse pelo Twitter.

Na América Latina, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, parabenizou pelo Twitter o "povo estadunidense pelo recorde de participação nas eleições, uma clara expressão da vontade popular". Na mesma publicação, ele parabenizou a dupla democrata.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, desejou a Biden êxito na gestão. "Trabalharemos juntos para fortalecer a agenda comum no comércio, meio ambiente, segurança e luta contra o crime internacional", afirmou, em seu perfil no Twitter.

O ex-presidente dos Estados Unidos e democrata Barack Obama também parabenizou os colegas de partido em declaração publicada no Twitter. "Eu não poderia estar mais orgulhoso por parabenizar nosso próximo presidente Joe Biden e Kamala Harris como nossa próxima vice-presidente", disse. No texto, Obama destaca a importância da eleição de Biden para a democracia, que "necessita de nós mais do que nunca".

Leia o comunicado de Biden na íntegra

Estou honrado e emocionado com a confiança que o povo americano depositou em mim em na vice-presidente eleita Kamala Harris.

Diante de obstáculos sem precedentes, um número recorde de americanos votou. Provando uma vez mais que a democracia pulsa profundamente no coração da América.

Com a campanha encerrada, é hora de colocar para trás a raiva e a retórica pesada e nos unirmos como nação.

Agora é hora para a América se unir. E para se curar.

Nós somos os Estados Unidos da América. E não há nada que não possamos fazer, se fizermos juntos.

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