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Mulher participa de protesto em Abuja, a capital nigeriana, pedindo a libertação das jovens sequestradas por terroristas do grupo Boko Haram no vilarejo de Chibok | Afolabi Sotunde/Reuters
Mulher participa de protesto em Abuja, a capital nigeriana, pedindo a libertação das jovens sequestradas por terroristas do grupo Boko Haram no vilarejo de Chibok| Foto: Afolabi Sotunde/Reuters

Resgate

Americanos fornecem ferramentas para ajudar nos trabalhos de busca

Efe

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos está fornecendo ferramentas de vigilância e reconhecimento para o resgate das meninas sequestradas pela milícia islâmica Boko Haram na Nigéria.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o Pentágono fornecerá essa ajuda de espionagem e inteligência, mas não detalhou que tipo de equipamentos e se isso inclui a utilização de de drones (aviões não tripulados).

O Pentágono tem à sua disposição satélites que podem rastrear a zona do nordeste da Nigéria e outros lugares remotos do Chade e Camarões onde as mais de 200 meninas sequestradas poderiam estar escondidas.

No entanto, a tecnologia fornece informação de maneira intermitente e não é tão útil como a vigilância ininterrupta dos drones, que devem obter autorização desses governos para operar no espaço aéreo.

O porta-voz adjunto do Pentágono, o coronel Steve Warren, se negou ontem a dar detalhes sobre o tipo de ajuda em vigilância e reconhecimento e evitou confirmar se há drones operando na Nigéria.

"Até o momento houve conversas muito ativas sobre a troca de informação, mas isso é tudo", declarou o coronel Warren.

O Pentágono dispõe também de equipamentos como radares para interceptar comunicações, detectores de infravermelhos e câmeras de alta definição com as quais pode identificar movimentos humanos nas selva de Sambisa, onde se acredita que o Boko Haram esteja escondido.

Repercussão

O governo britânico reagiu ao vídeo de ontem sublinhando "o horror e a barbárie" do delito cometido pelo Boko Haram. A União Europeia condenou o sequestro e exigiu a "libertação imediata e incondicional das estudantes e que os responsáveis sejam julgados".

200 meninas – pelo menos, não se sabe o número exato – foram sequestradas em 14 de abril de uma escola secundária em Chibok, em Borno, bastião do grupo fundamentalista. O Boko Haram, que significa em hausa "a educação não islâmica é pecado", luta para impor a "sharia" (lei islâmica) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

2009 foi o ano em que a polícia matou o então líder do Boko Haram, Mohammed Yousef. Desde então, os radicais mataram mais de três mil pessoas. A Nigéria tem 170 milhões de habitantes e é o país mais populoso da África. A população nigeriana é dividida em mais de 200 grupos tribais.

  • Abubakar Shekau (centro), líder do Boko Haram, fala em vídeo sobre as jovens cristãs sequestradas na Nigéria, que apareceram na mesma gravação usando vestimentas islâmicas

A seita radical islâmica Boko Haram exigiu ontem a libertação de militantes presos para pôr fim ao sequestro das mais de 200 meninas capturadas há um mês no norte da Nigéria, enquanto forças estrangeiras começaram a colaborar no trabalho de resgate das vítimas.

A condição foi anunciada pelo líder da seita, Abubakar Shekau, em um vídeo divulgado pela imprensa local, no qual assegurou também que as meninas, a maioria cristã, foram convertidas ao islamismo.

As imagens, divulgadas em Maidiguri, capital do estado de Borno – onde ocorreu o sequestro –, mostram dezenas de meninas aparentemente recitando fragmentos do Alcorão, fazendo declarações de fé e vestidas com o hiyab (vestimenta feminina islâmica).

Shekau, que há alguns dias ameaçou vender as meninas como escravas, mostrou-se disposto a negociar uma troca, pedindo a soltura dos insurgentes presos pelas forças de segurança nigerianas.

"Tudo o que digo é que, se querem que libertemos as meninas, precisam libertar nossos irmãos que estão presos por todo o país", diz o líder islamita, segundo a transcrição realizada pelo jornal Daily Truste.

Após fortes críticas pela suposta passividade do governo diante do sequestro das estudantes, e em meio a uma campanha internacional pela libertação delas, forças estrangeiras começaram a colaborar com uma operação para encontrá-las e resgatá-las.

No último fim de semana, analistas militares dos Estados Unidos e do Reino Unido, entre outros países, realizaram sua primeira reunião operacional em Abuja com altos comandantes do exército da Nigéria, informou o jornal local The Punch citando fontes de segurança nacional.

A operação começará recolhendo informação dos serviços de inteligência e incluirá o desdobramento de equipes de alta tecnologia para um possível ataque militar contra os insurgentes.

Serão empregados drones (aviões não tripulados) e sensores remotos com capacidade para penetrar nos edifícios e detectar seres humanos e, inclusive, diferenciar adultos e crianças.

"O processo será rápido e preciso, embora o resgate das reféns continue sendo a operação militar mais delicada", advertiram as fontes.

Um dos principais obstáculos no desenvolvimento da operação conjunta seria a colaboração entre os insurgentes e as comunidades locais.

União Europeia pede libertação das meninas

Efe

A União Europeia (UE) condenou ontem o sequestro de mais de 200 meninas nigerianas por parte do grupo radical islâmico Boko Haram e exigiu sua libertação imediata e incondicional.

"A União Europeia pede a libertação imediata e incondicional das estudantes e que os responsáveis sejam levados à Justiça", disseram os ministros europeus das Relações Exteriores, em Bruxelas.

A condenação tinha sido impulsionada pela Espanha, que apresentou nas reuniões preparatórias ao Conselho das Relações Exteriores o texto que foi respaldado ontem pelos ministros.

A UE se declarou "profundamente preocupada" pelos recentes ataques terroristas no norte da Nigéria e "consternada" pelo sofrimento ocasionado à população. A UE ofereceu apoio à Nigéria para a resolução deste "crime desprezível" e para os esforços de proteger cidadãos e derrotar o terrorismo.

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