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A Bolívia classificou nesta quinta-feira como um "ato de prepotência e agressão" a decisão dos Estados Unidos de excluir o país de um regime de preferências comerciais ligado à luta contra o narcotráfico.

A declaração boliviana foi feita horas depois da sanção a La Paz ser confirmada pelo presidente George W. Bush. A decisão passará a valer a partir de 15 de dezembro, e foi tomada pelo que Washington classificou de "fracasso da Bolívia em cooperar com os Estados Unidos na luta contra as drogas".

"Esse é o preço que estamos pagando como país por defender a construção de relações econômicas equilibradas, que não subordinem o mercado à obediência e à escravização política de uma nação menor em relação à maior", disse o vice-presidente boliviano, Álvaro García, de acordo com a agência estatal de notícias ABI.

Ele acrescentou que a decisão de Bush "era previsível, mas a gente não pode deixar de mostrar nossa indignação frente a esse ato de prepotência e agressão".

A suspensão dos benefícios do regime conhecido pela sigla em inglês de ATPDEA afetará as exportações bolivianas, avaliadas entre 60 e 200 milhões de dólares por ano, segundo cifras díspares fornecidas pelo governo e por organizações empresariais.

Colômbia e Peru, os dois maiores produtores do mundo de coca e de cocaína, continuarão sendo beneficiados pela ATPDEA, da mesma forma que o Equador, anunciou Washington.

As preferências permitem que uma grande quantidade de produtos desses países andinos entre no mercado norte-americano sem pagar tarifas comerciais. A medida é uma forma de compensar a luta desses países contra o narcotráfico.

García assegurou que a suspensão da ATPDEA não terá impacto imediato porque o governo de Evo Morales criou um fundo especial, inicialmente de oito milhões de dólares, para financiar impostos que deverão ser pagos pelos exportadores bolivianos para entrar no mercado norte-americano.

Em paralelo, a Bolívia começou a abrir mercados alternativos, como os de Venezuela e Brasil, e negocia com Irã e China acordos comerciais de maior alcance.

Em contraste com o otimismo oficial, o Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), da iniciativa privada, advertiu que a Bolívia não poderá encontrar facilmente um substituto para o mercado norte-americano e tampouco pode esperar que o próximo presidente do país, Barack Obama, reverta a decisão de Bush.

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