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Protesto na Bolívia
Manifestantes contrários ao presidente Evo Morales protestam em La Paz, Bolívia| Foto: AIZAR RALDES/AFP

A empresa contratada pelo Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia para auditar as eleições presidenciais do país concluiu que todo o processo eleitoral, que deu vitória ao presidente Evo Morales, esteve repleto de vulnerabilidades.

"Não podemos atestar a integridade dos resultados das eleições, porque todo o processo está viciado em nulidade devido ao número de alterações no código fonte do Trep (Transmissão preliminar dos resultados das eleições), ao número de acessos e modificações manuais com o máximo de privilégios aos bancos de dados em produção durante o processo eleitoral e às inconsistências do software que estavam surgindo no Trep e no sistema de cômputo [de votos]", concluiu a empresa auditora Ethical Hacking, que entregou o relatório aos TSE em 6 de novembro.

O candidato derrotado nas urnas por Evo Morales, Carlos Mesa, enviou uma carta ao vice-presidente Álvaro García Linera, também presidente da Assembleia do país, para que novas eleições sejam convocadas.

Em entrevista à TVU de La Paz, o gerente geral da Ethical Hack, Álvaro Andrade, disse que havia cerca de sete vulnerabilidades críticas. "A empresa Neotec [responsável pela contagem de votos] as corrigia, mas 100% delas não eram cobertas. Todos os dias havia mais vulnerabilidades, mas a Neotec não podia corrigi-las, porque precisavam de mais tempo e já estávamos a alguns dias das eleições", disse Andrade. Uma dessas vulnerabilidades possibilitava que "qualquer pessoa" pudesse trocar os resultados do processo eleitoral. A Ethical Hack afirmou que, apesar das recomendações da auditoria, o TSE decidiu realizar a votação mesmo assim.

Andrade disse ainda que ocorreram inconsistências nos dados das atas. Segundo ele, antes da interrupção da contagem dos votos na noite de 20 de outubro, Evo Morales ganhava por dez pontos, "mas começaram a entrar atas de Santa Cruz e Mesa encurtou a distância em sete pontos, e a interrupção foi feita neste momento. Também foram anuladas atas em que ganhava Evo Morales", explicou Andrade.

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