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Polícia de choque usa gás lacrimogêneo para disperar manifestantes que protestavam contra o resultado da eleição, em La Paz, 4 de novembro de 2019
Polícia de choque usa gás lacrimogêneo para disperar manifestantes que protestavam contra o resultado da eleição, em La Paz, 4 de novembro de 2019| Foto: JORGE BERNAL / AFP

Bolivianos entram na terceira semana de protestos contra o resultado da recente eleição presidencial pedindo a renúncia do presidente Evo Morales, declarado vencedor no primeiro turno da eleição sob suspeitas de fraude.

Milhares de pessoas participam na noite desta segunda-feira (4) de um ato em Santa Cruz, a maior cidade boliviana, para definir novas medidas de pressão. O presidente do comitê cívico Pro Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, afirmou durante o ato que irá a La Paz na quarta-feira e apresentará a carta de renúncia "irrevogável" do presidente Evo Morales, segundo o jornal Pagina Siete.

Os participantes do ato decidiram radicalizar o protesto pela renúncia de Morales com a "paralisação" de todas as instituições públicas e fronteiras para que "nem um único peso entre no Estado", segundo o jornal La Razón.

No sábado, Camacho havia dado um "ultimato" a Morales durante uma manifestação em Santa Cruz, dizendo que o presidente tinha 48 horas para renunciar - prazo que terminaria esta noite.

Morales rejeitou no domingo os pedidos da oposição para que ele renunciasse e disse que o país deve esperar por uma auditoria internacional sobre as disputadas eleições. "É um golpe de estado em andamento, é uma conspiração aberta, não querem reconhecer o voto indígena", disse o presidente boliviano a uma rádio, em La Paz.

"Não tenho medo, não tenho nada a esconder, que provem a fraude. Os opositores procuram mortos para me culpar. O melhor é esperar a auditoria eleitoral internacional da OEA [Organização dos Estados Americanos]", disse. Uma comissão da OEA começou uma auditoria eleitoral no país na semana passada, mas líderes da oposição desconfiam desse trabalho e querem uma nova eleição.

O chanceler da Bolívia, Diego Pary, denunciou em sessão do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) nesta segunda que um golpe de Estado está ocorrendo na Bolívia, acusando Camacho.

Um grande número de policiais foi enviado na tarde desta segunda-feira (4) aos arredores do Palacio Quemado, a sede do governo da Bolívia, em La Paz, onde Morales cumpria sua agenda de compromissos.

Mais cedo, em meio às turbulências políticas, o helicóptero que levava Morales de Colquiri a Oruro teve uma falha mecânica no momento da decolagem e precisou fazer um pouso de emergência. Ninguém ficou ferido. Após o incidente, Morales afirmou que o caso será "devidamente investigado".

Manifestações de apoiadores e de opositores do presidente boliviano continuam a ser registradas em várias outras cidades do país.

Conteúdo editado por:Helen Mendes
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