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O ex-ministro de Governo da Bolívia Carlos Romero é levado pela polícia em La Paz, 14 de janeiro de 2020. Romero enfrenta acusações de corrupção
O ex-ministro de Governo da Bolívia Carlos Romero é levado pela polícia em La Paz, 14 de janeiro de 2020. Romero enfrenta acusações de corrupção| Foto: AIZAR RALDES / AFP

O ex-ministro de Governo da Bolívia Carlos Romero, aliado do ex-presidente boliviano Evo Morales, foi detido na tarde desta terça-feira (14) em La Paz, em meio a investigações sobre supostos atos de corrupção no programa nacional de combate ao tráfico de drogas, segundo a imprensa local.

Romero foi detido por policiais ao deixar uma clínica onde estava internado e levado à sede do Ministério Público na capital boliviana. A ordem de prisão havia sido emitida quando o ex-ministro faltou à uma audiência marcada para a segunda-feira (13), segundo o jornal El Deber.

"O Sr. Romero foi levado a apresentar sua declaração informativa no caso da Uelicn, levando em conta que ontem ele deveria ter prestado depoimento (...) ele está na qualidade de interrogado, não está apreendido", esclareceu o promotor Ruddy Terrazas, que afirmou que Romero é processado por ter supostamente cometido os delitos de incumprimento de deveres e uso indevido de influências.

"Isto é injusto porque de denunciante passei a ser denunciado e tomarei ações legais", disse Romero à imprensa ao chegar ao Ministério Público levado por dois policiais civis, relatou o jornal Página Siete.

O ex-ministro foi levado de sua casa à clínica em uma ambulância na sexta-feira (10) e estava internado desde então, com um quadro de depressão, ansiedade e desidratação severa, segundo o médico que o atendeu. A transferência foi feita com apoio de uma operação policial, já que apoiadores do governo interino de Jeanine Áñez realizavam protestos em frente à casa do ex-ministro desde a quinta-feira.

"Me tiveram sequestrado em minha própria casa, sou um perseguido político, sou neste momento um símbolo da perseguição política, não tenho garantias", disse Romero no sábado, segundo o Página Siete.

O Ministério Público da Bolívia investiga supostos atos de corrupção em um contrato feito entre a Unidade Executora de Luta Integral Contra o Narcotráfico (Uelicn) e um consórcio de empresas para manutenção de aeronaves e helicópteros entre 2013 e 2018.

O ex-comandante da Força Aérea Boliviana Celier Aparicio Arispe, que era o piloto de Evo Morales, foi preso na segunda-feira (13), após prestar depoimento ao Ministério Público. Segundo a imprensa boliviana, Arispe conta com 18 processos penais e civis por irregularidades.

Carlos Romero era um dos dez ex-funcionários do governo anterior que estavam refugiados na residência diplomática do México na capital boliviana após a renúncia de Evo Morales.

Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia no dia 10 de novembro de 2019, após quase 14 anos no poder. Na ocasião, a Organização dos Estados Americanos (OEA) havia encontrado sérias irregularidades no processo eleitoral de outubro.

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