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Presidente da Argentina, Maurício Macri, cumprimenta o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante visita do argentino ao Plácio do Planato nesta quarta-feira (16) | EVARISTO SA/AFP
Presidente da Argentina, Maurício Macri, cumprimenta o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante visita do argentino ao Plácio do Planato nesta quarta-feira (16)| Foto: EVARISTO SA/AFP

Na primeira visita de um chefe de Estado ao Brasil desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência, ele e seu contraparte argentino, Maurício Macri, falaram sobre a crise humanitária na Venezuela e repudiaram a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela.

Macri disse que ele e Bolsonaro compartilham da preocupação com os venezuelanos e ambos reconhecem a Assembleia Nacional como o "único poder legítimo eleito democraticamente" por vontade popular.

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"Não aceitamos ditadura na democracia. E muito menos a tentativa de quem quer ser a vítima e, na verdade, é o algoz. A comunidade internacional já se deu conta de que Maduro é um ditador que busca perpetuar-se no poder com eleições fictícias prendendo os opositores e levando a Venezuela a uma situação desesperadora e agoniante", disse em breve comunicado à imprensa ao fim do encontro com Bolsonaro.

 “Estamos comprovando nossa convergência de posições e nossa identidade e valores, em defesa da democracia e da liberdade”, afirmou o presidente brasileiro, salientando que a cooperação entre os países em relação à Venezuela é o exemplo mais claro. 

Tratado de extradição

Com relação aos temas da agenda bilateral, os presidentes acordaram que os dois governos devem trabalhar com o objetivo de cumprir metas concretas, no curto prazo, em áreas como a segurança interna e regional, o aperfeiçoamento dos instrumentos bilaterais de cooperação jurídica e de combate ao crime transnacional e à corrupção.

Os dois presidentes também celebraram a assinatura do novo tratado de extradição bilateral, algo que já havia sido tratado em reunião entre os ministros da Justiça de Brasil e Argentina na manhã desta quarta-feira. Sérgio Moro, ministro brasileiro, disse que o objetivo da medida é fazer um aprimoramento, agilizando o trâmite do processo, "sem passar pelos canais diplomáticos". 

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"Existe um tratado de extradição um pouco antigo que foi feito em outra época. As formas de comunicação são outras e há a percepção de uma necessidade de sempre agilizar esses mecanismos de cooperação. Então, esse tratado vai permitir uma comunicação mais rápida entre os dois países", disse. 

"Às vezes tem uma situação urgente. Precisa prender o cara. E, se você seguir o canal diplomático, acontece igual o [Cesare] Battisti", exemplificou Moro, em referência ao terrorista italiano que estava foragido e foi preso na Bolívia no último domingo (13). 

A ideia do novo tratado é facilitar o deslocamento de pessoas que tenham sido acusadas, processadas ou condenadas por terem cometido um delito que dá causa à extradição. 

O Mercosul também esteve na pauta do encontro bilateral. Os presidentes afirmaram que vão trabalhar neste ano para rever a tarifa externa comum, melhorar o acesso a mercados e avançar em facilitação de comércio e convergência regulatória.

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Ao fim do encontro, segundo o Itamaraty, Bolsonaro aceitou convite do Presidente Macri para realizar uma visita de Estado à Argentina, em data a ser definida.

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