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O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, inspeciona uma suposta bomba de hidrogênio em 2017
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, inspeciona uma suposta bomba de hidrogênio em 2017| Foto: Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA)

Cientistas analisaram dados de testes nucleares feitos pela Coreia do Norte em 2017 e descobriram que uma das explosões foi cerca de dois terços mais poderosa do que o calculado anteriormente por autoridades americanas.

A nova estimativa é de que o teste nuclear feito em setembro de 2017 pela Coreia do Norte tenha tido uma potência equivalente a 250 quilotoneladas de TNT - um poder explosivo 16 vezes maior do que o da bomba que arrasou com Hiroshima na Segunda Guerra Mundial. Essa explosão foi uma ordem de magnitude maior do que cinco testes anteriores feitos pelo país.

Segundo o site de notícias americano Defense One, se fosse detonada sobre a capital americana, Washington, a bomba derrubaria praticamente todas as estruturas residenciais no centro da cidade e causaria queimaduras de terceiro grau em todas as pessoas em um raio de cinco quilômetros.

As estimativas anteriores sobre esse dispositivo eram de um poder explosivo entre 30 e 300 quilotoneladas; autoridades da inteligência dos Estados Unidos diziam 140 quilotoneladas. Mesmo com as estimativas anteriores, esse já teria sido o dispositivo nuclear mais poderoso do país comunista.

As conclusões, publicadas nesta semana no periódico científico Journal of Geophysical Research: Solid Earth, são de um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia Santa Cruz (EUA), Universidade Nacional da Costa Rica e da Universidade de Colorado Boulder (EUA).

Entre 2006 e 2017, a Coreia do Norte conduziu seis testes nucleares subterrâneos declarados, que foram detectados por cientistas por meio de monitoramento sismológico. O método permite a detecção imediata dos eventos e aponta a localização aproximada dos testes.

Para chegas às estimativas atualizadas, os autores do estudo levaram em conta a geologia do local. Para determinar a potência dos dispositivos à distância, os cientistas estudam as ondas sísmicas produzidas pelos testes e registradas por equipamentos.

Poder para mover montanhas

Em 2003, a Coreia do Norte se retirou do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, de 1968, e começou a testar armas nucleares em 2006. Até o momento, o país realizou seis testes, cada vez com dispositivos mais potentes. Como o novo estudo mostra, a diferença de potência entre o quinto e o sexto teste é particularmente alarmante. O salto foi de cerca de 20 quilotoneladas para 250 quilotoneladas, o que representa um grande aumento na capacidade nuclear norte-coreana.

"De 2006 a 2016, a Coreia do Norte aumentou de forma constante o tamanho dos eventos, de algo em torno de 1 quilotonelada para cerca de 20 quilotoneladas. Os primeiros eventos aparentemente não funcionaram muito bem, porque foram incomumente pequenos. E então, em um ano, eles saltaram para cerca de 250 quilotoneladas", disse Thorne Lay, sismólogo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz e um dos autores do estudo, à American Geophysical Union. "O mais assustador é que esse foi um dispositivo muito grande".

O teste de setembro de 2017 causou um terremoto de 6.3 de magnitude e chegou a mover a montanha acima do local da detonação.

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