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Integrantes do partido de Johnson no Parlamento britânico cogitam abrir voto de desconfiança, que poderia levar à saída do primeiro-ministro
Integrantes do partido de Johnson no Parlamento britânico cogitam abrir voto de desconfiança, que poderia levar à saída do primeiro-ministro| Foto: EFE/EPA/NEIL HALL

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, enfrenta uma onda de críticas no país, que se estende até mesmo a membros do seu partido, após o vazamento de um convite para uma festa no jardim da sua residência oficial, em Downing Street, em 20 de maio de 2020.

À época, devido às restrições de enfrentamento à pandemia de Covid-19, o limite para encontros sociais no Reino Unido era de duas pessoas de domicílios diferentes, em local público e mantendo uma distância de 2 metros.

A emissora ITV divulgou que um e-mail convidando para a festa foi enviado pelo secretário particular do primeiro-ministro, Martin Reynolds, para cerca de 40 pessoas, com a recomendação de “trazer sua própria bebida”. Nesta terça-feira (11), a imprensa britânica informou que Johnson e sua esposa, Carrie Johnson, compareceram ao evento.

O primeiro-ministro já havia despertado críticas no ano passado, com a revelação de uma festa no Natal de 2020 em Downing Street, mas Johnson garantiu a parlamentares britânicos que na ocasião “todas as orientações (de segurança para evitar contágios) foram seguidas à risca”.

Desta vez, porém, o episódio tem causado mais indignação, a ponto de integrantes do Partido Conservador cogitarem até mesmo uma mudança de primeiro-ministro.

Nesta terça-feira, Douglas Ross, líder do partido na Escócia, disse à emissora local STV que a situação de Johnson ficará insustentável se for comprovado que o primeiro-ministro esteve no evento. “Eu não apoiaria de forma alguma o primeiro-ministro se ele tiver infringido a lei e participado daquela festa”, afirmou.

Segundo o The Guardian, Ross sugeriu que mais parlamentares do Partido Conservador podem enviar cartas a Graham Brady, presidente do comitê da legenda na Câmara dos Comuns, para acionar um voto de desconfiança – o que aconteceria se 54 comunicados desse tipo fossem enviados. Se Johnson perdesse essa votação, ele não poderia concorrer numa nova disputa pela liderança da legenda e, portanto, deixaria de ser primeiro-ministro.

Ainda de acordo com informações do jornal britânico, Michael Ellis, integrante do gabinete de Johnson, durante participação em uma sessão da Câmara dos Comuns nesta terça-feira, negou que o primeiro-ministro vai renunciar e alegou que ele “mantém a confiança das pessoas deste país”.

A vice-líder do Partido Trabalhista, Angela Rayner, disse durante a sessão que a “ausência de Johnson fala muito”. “Ele pode correr, mas não pode se esconder”, declarou. Johnson deve comparecer nesta quarta-feira (12) à Câmara dos Comuns e ser questionado sobre o assunto.

A denúncia será investigada pela servidora pública sênior Sue Gray, que já havia sido nomeada pelo governo para investigar alegações de desrespeito às regras sanitárias por parte de funcionários do gabinete de Johnson durante festas no Natal de 2020. A Scotland Yard anunciou que a Polícia Metropolitana também está considerando investigar o assunto.

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