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Marco Archer (à dir.) e seu advogado Utomo Karim: sem clemência no corredor da morte | Divulgação
Marco Archer (à dir.) e seu advogado Utomo Karim: sem clemência no corredor da morte| Foto: Divulgação

Sentença

Paranaense também aguarda execução no corredor da morte

Além de Marco Archer, outro brasileiro também pode ser executado por tráfico de drogas no país asiático: o paranaense Rodrigo Gularte.

O surfista, de 41 anos, foi preso em 2004, no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína que estavam escondidos em oito pranchas.

Gularte, que na época morava em Florianópolis e seguia para Bali, estava com dois amigos, mas assumiu a autoria do crime de tráfico internacional de drogas sozinho.

Mesmo depois da luta de sua família para trazer seu julgamento para o Brasil, Rodrigo foi condenado à morte por fuzilamento em primeira instância, no dia 7 de fevereiro de 2005 e também aguarda a execução.

A extradição do brasileiro não foi possível porque a Indonésia não figura na lista de países com os quais o Brasil mantém acordo de transferência de presos.

  • Rodrigo Gularte quando foi preso em 2004: cocaína em pranchas

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, será um dos seis réus executados na Indonésia no domingo. Segundo o jornal australiano The Sydney Morning Herald, o governo indonésio disse que não vai aceitar os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro.

Condenado em 2004 por tráfico de cocaína, ele deve ser o primeiro estrangeiro a ser executado na Indonésia em 2015. Moreira foi detido em 2003, ao tentar entrar pelo aeroporto de Jacarta com 13,4 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta.

O método de execução não mudou desde que o decreto sobre a pena de morte foi assinado pelo primeiro presidente em 1964. O réu é acordado no meio da noite e vendado. Perguntam ao prisioneiro se ele quer permanecer em pé, sentado ou deitado quando o pelotão de fuzilamento atirar contra ele.

A Indonésia tem leis muito rígidas em relação às drogas e geralmente executa traficantes. Mais de 138 pessoas estão atualmente no corredor da morte, a maioria por esse tipo de crime. Cerca de um terço deles é estrangeiro.

O procurador-geral Muhammad Prasetyo disse que os condenados serão executados simultaneamente, aos pares, na prisão na ilha de Nusa Kambangan, ao sul de Java, e na cidade de Boyolali, região central de Java.

Clemência

O governo brasileiro informou que continua "acompanhando estreitamente" o caso de Marco Archer. Ele teve mais um pedido de clemência negado pelo presidente da Indonésia, Joko Widodo.

Em nota, o Itamaraty disse que o governo está analisando as ações que ainda podem ser adotadas, mas não deu detalhes.

De acordo com reportagem do jornal Jakarta Post, da Indonésia, a procuradoria geral do país decidiu que não irá mais atrasar a execução do brasileiro. Ele teve a revisão do caso recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça do país.

Em 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o primeiro pedido de clemência pelo brasileiro, que foi negado. Em setembro de 2012, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o encontro bilateral com o então presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, para interceder pelo brasileiro. Ela entregou ao líder indonésio uma carta apelando para que o brasileiro não fosse punido com a pena de morte.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a presidente Dilma Rousseff pediu na última semana para conversar com o presidente para fazer um novo pedido de clemência pelo brasileiro.

Preso há 11 anos, Marco Archer é carioca e instrutor de voo livre. Na ocasião de sua prisão, ele confessou ter recebido US$ 10 mil dólares para levar a droga do Peru, com conexão em São Paulo.

Mão pesada contra as drogas

O presidente da Indonésia afirmou que vai rejeitar todos os pedidos de clemência das 64 pessoas no corredor da morte por tráfico de drogas.

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