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Maré alta em Atlantic Beach, Carolina do Norte, Estados Unidos | CHIP SOMODEVILLA/AFP
Maré alta em Atlantic Beach, Carolina do Norte, Estados Unidos| Foto: CHIP SOMODEVILLA/AFP

Enquanto o furacão Florence se aproxima da costa das Carolinas do Norte e do Sul, brasileiros que moram na região estocam comida, abastecem os carros e, em alguns casos, fogem para lugares mais seguros.

"Eu estava tranquila até ir ao supermercado e ver todo mundo correndo, inclusive mães com filhos, para comprar comida", conta a estudante de marketing e design gráfico Brenda Aquino, 24, há um ano morando em Raleigh, capital da Carolina do Norte.

Ela conta que as prateleiras dos mercados estão quase todas vazias e que só conseguiu comprar água depois de passar por quatro estabelecimentos. "Só havia congelados, os quais ninguém está comprando porque a expectativa é de que fiquemos sem energia por alguns dias", diz.

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A despensa do apartamento em que mora com o namorado, no primeiro andar de um prédio, está abastecida com oito galões de água, pão, manteiga de amendoim e outros mantimentos. O casal também já deixou uma mochila pronta para o caso de terem que fugir rápido do lugar.

A orientação da administração do edifício foi para que os moradores fiquem dentro de casa e longe das janelas, que poderiam quebrar com a força dos ventos. "Vamos ficar trancados dentro de casa", conta Aquino.

A estudante Karen Ribeiro, 25, que vive há oito meses na cidade de Chapel Hill, também na Carolina do Norte, teve dificuldade para encontrar comida nos supermercados nos últimos dias. Para abastecer seu veículo com gás, teve de esperar 40 minutos na fila do posto de gasolina.

"As pessoas na cidade estão nervosas, agressivas", conta. "Teve até briga no posto".

Ela decidiu ficar na cidade porque a casa onde mora tem um porão e não está em uma zona de alagamento da cidade. Carregou eletrônicos e está munida de pilhas, lanterna e velas. "Mas a maioria dos meus amigos saiu daqui", conta.

Já o médico Alessandro Jamal, 29, morador de Durham, preferiu sair da casa nesta quinta (13) e se refugiar em um lugar mais alto da cidade. Ele mora no primeiro andar de um prédio. As aulas na Universidade Duke, onde ele faz doutorado, foram suspensas nesta quarta (12) e só devem ser retomadas na próxima semana.

"Preparei a mala para ficar quatro dias fora", diz. "Mas estou esperando o melhor."

Ameaça

O furacão Florence foi rebaixado para a categoria 2 (em uma escala de 5) na madrugada desta quinta (13), com redução da velocidade dos ventos de 195 km/h para 175 km/h.

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Mas ainda é extremamente perigoso e representa uma ameaça à costa dos Estados Unidos, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). São esperadas chuvas torrenciais e enchentes.

Os estados de Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Virgínia, Maryland e o Distrito de Colúmbia, onde fica a capital, Washington, declararam estado de emergência.

Estima-se que 10 milhões de pessoas vivam nas áreas que devem ser atingidas pelo Florence, de acordo com o Centro de Previsão Meteorológica dos EUA. Mais de 1,5 milhão de pessoas já tiveram que sair de suas casas por causa dos riscos de enchentes e fortes ventos.

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