Repressão na Nicarágua
Policial armado vigia a entrada do bairro de Monimbo, em Masaya, um reduto de resistência durante os protestos antigovernamentais no ano passado| Foto: Carlos Herrera/Washington Post

A Arquidiocese de Manágua, capital da Nicarágua, denunciou que partidários do regime de Daniel Ortega ingressaram com violência na catedral da cidade nesta segunda-feira (18). Segundo um comunicado da igreja, grupos violentos tomaram o controle da Catedral de Manágua e, "ao serem repreendidos pelo padre Rodolfo López, responderam com violência" contra os religiosos. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o padre cercado por pessoas que começam a empurrá-lo. Ele revida e é agredido com socos.

A Igreja também denunciou assédio e intimidação na paróquia de São Miguel de Arcanjo, na cidade de Masaya, por parte da polícia nacional. De acordo com o jornal El País, a igreja teve os serviços de energia e água cortados pelo regime de Ortega – uma resposta à decisão de 14 pessoas de fazer greve de fome para exigir a libertação de familiares que foram presos em manifestações antigoverno.

Além disso, na semana passada, a polícia fechou as ruas próximas à paróquia e prendeu pelo menos 13 pessoas que tentaram ajudar os que continuam em greve de fome e o pastor que os acompanha, Edwin Román, reconhecido opositor que ajudou a proteger jovens manifestantes durante os protestos de 2018.

Ortega acusa os padres e bispos católicos de "golpistas" por apoiar a oposição e não reconhece que existam presos políticos na Nicarágua.