Pessoas erguem os punhos e se ajoelham em protesto pela morte de George Floyd em Minneapolis, 2 de junho de 2020
Pessoas erguem os punhos e se ajoelham em protesto pela morte de George Floyd em Minneapolis, 2 de junho de 2020| Foto: CHANDAN KHANNA / AFP

A prefeita de Atlanta, no Sudeste dos Estados Unidos, Keisha Lance Bottoms, determinou que manifestantes do Black Lives Matter abandonem uma “zona ocupada” pelo movimento no Centro da cidade. Ativistas estavam concentrados nos arredores de um restaurante da rede de fast-food Wendy’s, onde o jovem negro Rayshard Brooks foi baleado fatalmente pela polícia em 12 de junho. O local servia como uma espécie de “marco zero” para manifestações organizadas na capital da Geórgia ligadas ao assassinato de Brooks.

A decisão de Keisha, cotada, inclusive, para ser vice na chapa democrata de Joe Biden nas eleições presidenciais dos EUA em novembro, foi tomada após uma menina de 8 anos, Secoriea Turner, ser morta a tiros neste fim de semana, quando foi celebrado o feriado de Independência do país.

Segundo a imprensa local, a polícia apurou que a criança estava em um carro com sua mãe e outro adulto quando o motorista tentou passar por um bloqueio irregular de manifestantes para acessar um estacionamento. O veículo foi atingido por diversos tiros. A garota, que também era negra, chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu.

“Nós entendemos a frustração das pessoas por Rayshard Brooks, mas não temos nada a ver com isso, somos inocentes. Minha menina não queria fazer mal a ninguém. Agora, ela não completará 9 anos. Eles dizem que vidas negras importam, mas vocês mataram um dos seus dessa vez”, disse a repórteres a mãe da menina, Charmaine Turner.

Pelo menos uma dezena de outros tiroteios foram registrados em Atlanta no fim de semana. “Se vocês querem que as pessoas nos levem a sério e esse movimento [Black Lives Matter] não seja perdido, nós não podemos perder uns aos outros”, afirmou Bottoms em entrevista coletiva na noite de domingo (5).