No início de 2019, Putin e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se comprometeram a assinar o tratado de paz que está pendente desde a Segunda Guerra Mundial.
No início de 2019, Putin e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se comprometeram a assinar o tratado de paz que está pendente desde a Segunda Guerra Mundial.| Foto: EFE/EPA/SERGEY GUNEEV/KREMLIN POOL/SPUTNIK

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (21) que suspendeu as negociações de paz com o Japão devido às sanções impostas por Tóquio em relação à "operação militar especial" russa na Ucrânia. No início de 2019, Putin e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se comprometeram a assinar o tratado de paz que está pendente desde a Segunda Guerra Mundial.

"Nas atuais condições, o lado russo não tem intenção de prosseguir as negociações com o Japão sobre o tratado de paz", disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado. "Toda a responsabilidade pelos danos causados à cooperação bilateral e aos interesses do Japão recai sobre Tóquio, que optou conscientemente por uma virada anti-russa em vez do desenvolvimento de uma cooperação mutuamente benéfica e de vizinhança".

Moscou considera impossível discutir a assinatura de um documento com um país que adotou "abertamente" uma posição "pouco amistosa" destinada a prejudicar os seus interesses. Além disso, foi tomada a decisão de deixar de emitir, necessidade de visto, permissões para os cidadãos japoneses que desejam visitar as ilhas Curilhas. Outras medidas contra Tóquio incluem a renúncia ao diálogo sobre a exploração agrícola conjunta das Ilhas Kuril, sobre a qual o Japão reivindica a soberania.

Em 18 de março, o governo japonês anunciou sanções adicionais contra a Rússia, incluindo o congelamento dos bens de mais 15 cidadãos russos, principalmente oficiais superiores da Defesa, e nove corporações nas indústrias militar, naval e aeroespacial. Desde o início da intervenção russa na Ucrânia, Tóquio impôs sanções a organizações e empresas russas, assim como a 76 cidadãos, incluindo o presidente Vladimir Putin e 12 bielorussos, entre eles o presidente Alexander Lukashenko.