O presidente do Peru, Pedro Castillo, garantiu em discurso na ONU que seu país não fará expropriações, mas o primeiro-ministro Guido Bellido ameaçou estatizar campo de gás
O presidente do Peru, Pedro Castillo, garantiu em discurso na ONU que seu país não fará expropriações, mas o primeiro-ministro Guido Bellido ameaçou estatizar campo de gás| Foto: EFE/EPA/SPENCER PLATT / POOL

O dólar renovou seu recorde histórico no Peru nesta segunda-feira, quando subiu 0,32% e fechou cotado a 4.123 sóis, em meio à incerteza dos investidores após as ameaças do primeiro-ministro Guido Bellido de estatizar o campo de gás de Camisea, um dos maiores da América Latina. Neste ano, o dólar acumula valorização de 13,93% no país, tendo fechado 2020 vendido a 3,619 sóis.

No domingo, Bellido afirmou que poderia adotar o caminho da estatização se a concessionária encarregada da área de exploração não estiver disposta a rever os contratos em favor do Estado peruano. A declaração do premiê foi considerada uma surpresa negativa para os investidores, porque ele falou de estatização apenas cinco dias depois de o próprio presidente do país, Pedro Castillo, garantir em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas que o país não fará expropriações.

Algumas horas após a controversa declaração de Bellido, Castillo afirmou que o governo está "comprometido em levar gás barato a todos os peruanos" e que "qualquer negociação ocorrerá com respeito irrestrito ao Estado de Direito e no interesse nacional".

Atualmente, a Constituição peruana não contempla a possibilidade de estatização, e o partido socialista Peru Livre, que está no poder, não tem votos suficientes no Congresso para reformar a Constituição, que está em vigor desde 1993.