Salman Rushdie em um evento em Cartagena, Colômbia, em janeiro de 2018.
Salman Rushdie em um evento em Cartagena, Colômbia, em janeiro de 2018.| Foto: EFE / Ricardo Maldonado Rozo

Salman Rushdie, o escritor de origem indiana que é alvo de ameaças de morte do regime iraniano desde que publicou "Os Versos Satânicos" em 1988, foi atacado nesta sexta (12) por um homem que invadiu o palco de sua palestra em Nova York. A Associated Press (AP) diz que é possível que ele tenha sido esfaqueado no pescoço.

Um repórter da AP testemunhou o ataque, que aconteceu na Instituição Chautauqua. Rushdie estava sendo apresentado à plateia quando o agressor desferiu contra ele 10 a 15 socos, que podem ter sido facadas. O New York Times relatou que foram facadas.

O escritor, que tem 75 anos, foi levado ao hospital de helicóptero. Seu estado ainda é desconhecido. A governadora Kathy Hochul declarou que ele está recebendo "os cuidados que ele precisa". Andrew Wylie, porta-voz de Rushdie, disse que ele está passando por cirurgia.

O agressor foi preso no local. Uma testemunha da plateia, Rabbi Savenor, disse que o ataque durou cerca de 20 segundos. Foi por volta das 10h45, horário local.

Ensanguentado, Rushdie teve os pés levantados pelos primeiros a acudi-lo, para que não faltasse sangue na parte superior de seu corpo.

Uma das pessoas que ajudou foi a endocrinologista Rita Landman. Ela disse ao New York Times que Rushdie tinha mútiplos ferimentos de facada, inclusive no lado direito de seu pescoço, mas estava vivo. Em 2016, o autor, que mora em Nova York se tornou cidadão americano. Ele tem também cidadania britânica e recebeu o título de Sir da Rainha Elizabeth II em 2007.

O escritor é conhecido como uma das principais vozes pela liberdade de expressão no mundo. Em 12 de julho de 1991, o tradutor japonês de "Os Versos Satânicos" Hitoshi Igarashi foi assassinado a facadas por um anônimo a mando do Aiatolá, que disse que não só o autor, mas também "todos os envolvidos em sua publicação" deveriam ser mortos, numa exortação religiosa conhecida como fatwa.