Prédio o qual se acredita ser um campo de reeducação para minorias étnicas muçulmanas
Prédio o qual se acredita ser um campo de reeducação para minorias étnicas muçulmanas, na periferia de Hotan, na região noroeste de Xinjiang.| Foto: GREG BAKER/AFP

Uma investigação liderada pela BBC News revelou que a China está "deliberadamente" separando crianças muçulmanas de suas famílias na região de Xinjiang, no oeste do país. Com base em documentos públicos e 60 entrevistas com familiares, a reportagem afirma que ao mesmo tempo em que detém centenas de milhares de adultos muçulmanos da etnia uigur em acampamentos "de reeducação", a China está colocando em marcha uma campanha rápida e em larga escala para construir internatos. Em apenas uma cidade, mais de 400 crianças perderam o contato com seus pais e mães, que foram presos ou enviados a campos de reeducação.

O governo chinês afirma que o objetivo desta política é evitar o extremismo religioso no país, mas as medidas adotadas são amplamente vistas como uma forma de repressão à minoria muçulmana. Em entrevistas, uigures que já estiveram detidos nos "campos de reeducação" contaram que foram forçados a criticar o islã e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês.