Julgado por crimes cometidos durante o Holocausto, Bruno Dey, 93 anos, esconde o rosto.
Julgado por crimes cometidos durante o Holocausto, Bruno Dey, 93 anos, esconde o rosto.| Foto: AFP

Em sua última declaração antes de receber a sentença por cumplicidade no assassinato de milhares de pessoas, um ex-guarda da Schutzstaffel (SS), organização paramilitar ligada ao Partido Nazista, que trabalhou em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, pediu desculpas pelas vítimas do Holocausto. “Gostaria de me desculpar diante daqueles que sofreram nesse inferno de loucura (...). Algo assim nunca deve acontecer novamente”, afirmou nesta segunda-feira (20) Bruno Dey, de 93 anos, segundo informações de agências internacionais.

A sentença está prevista para ser divulgada na quinta-feira (23). Dey é acusado de ser cúmplice no assassinato de 5,2 mil pessoas, especialmente judeus, entre agosto de 1944 e abril de 1945. Ele era menor de idade na época e, por isso, é julgado em um tribunal de menores. A defesa do ex-guarda pediu a anulação do caso ou uma punição com suspensão da pena de prisão. A fim de promover justiça ainda que tardia, a Alemanha tem julgado, nos últimos anos, vários antigos integrantes da SS.

Bruno Dey trabalhou no campo de concentração de Stutthof, onde hoje fica a cidade polonesa de Gdansk. Esse foi o primeiro campo de concentração do regime nazista construído fora da Alemanha e recebeu, durante seu funcionamento, mais de 110 mil pessoas, entre poloneses, judeus e ciganos.