A polícia de choque é destacada enquanto manifestantes protestam contra o governo em um estacionamento em Manágua em 17 de abril de 2019 | Foto: MAYNOR VALENZUELA / AFP
A polícia de choque é destacada enquanto manifestantes protestam contra o governo em um estacionamento em Manágua em 17 de abril de 2019| Foto: MAYNOR VALENZUELA / AFP

O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta sexta-feira (6) pelo fim da "impunidade" na Nicarágua e alertou que a polícia e elementos pró-governo continuam cometendo "graves violações" aos direitos humanos em meio à crise política.

Em novo relatório que será apresentado em 10 de setembro, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, detalha o grande número de violações cometidas na Nicarágua desde abril de 2018, quando protestos da oposição se transformaram em um grande levante popular que foi combatido com repressão pelo regime do ditador Daniel Ortega.

Segundo os números da ONU, mais de 300 pessoas foram mortas, cerca de 2.000 feridas e cerca de 800 presas no auge da crise, que causou a saída de mais de 80.000 pessoas do país, relatou a agência de notícias AFP. O relatório aponta, entre outros, para o uso desproporcional da força pela polícia, que em alguns casos levou a assassinatos extrajudiciais, violência de grupos armados pró-governo, detenções arbitrárias, violência sexual e tortura.