A tenista chinesa Peng Shuai, no torneio de Roland Garros de 2018.
A tenista chinesa Peng Shuai, no torneio de Roland Garros de 2018.| Foto: EFE/Guillaume Horcajuelo

Desaparecida desde o início de novembro, quando acusou um ex-vice-primeiro-ministro chinês de tê-la forçado a fazer sexo com ele, a tenista Peng Shuai, ex-número 1 do mundo no ranking de duplas, teve fotografias suas publicadas em uma conta de Twitter pertencente ao jornalista Shen Shiwei, e que a própria rede social identifica como “mídia afiliada ao Estado chinês”. Segundo o repórter, as imagens teriam sido enviadas pela atleta a contatos no aplicativo de mensagens WeChat, mas não existe nenhuma outra comprovação independente de que isso tenha realmente acontecido.

Desde a publicação das acusações contra Zhang Gaoli na rede social Weibo, Peng não foi mais vista em público e o governo chinês vem enfrentando pressão crescente da comunidade internacional, de atletas e de entidades esportivas. A WTA, que organiza o circuito mundial de tênis feminino, agora ameaça afastar a China das competições internacionais. Pequim vinha ignorando os pedidos de informação sobre o paradeiro da atleta até dias atrás, quando um canal de tevê estatal divulgou o que seria um e-mail escrito pela atleta, em que até mesmo negava as acusações feitas contra Zhang. O presidente da WTA, no entanto, afirmou não acreditar na autenticidade da mensagem.

Internamente, o desaparecimento de Peng é assunto proibido. As recentes tentativas de comprovar que a tenista estaria bem são apenas voltadas ao público estrangeiro: o Twitter, onde Shen Shiwei publicou as fotografias, é proibido na China, e o canal televisivo CGTN, embora estatal, tem programação em inglês.